Rússia ordena prisão de viúva de Alexei Navalny

Yulia Navalnaya vive fora da Rússia. Se regressar ao país, será detida de imediato, sob acusação de participação num grupo “extremista”.

Foto
Yulia Navalnaya, viúva do opositor russo Alexei Navalny Leonhard Simon / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
01:38

Um tribunal de Moscovo ordenou na terça-feira a detenção de Yulia Navalnaya, a viúva do falecido político da oposição russa Alexei Navalny.

O tribunal acusa Navalnaya, que vive fora da Rússia, de participar num grupo "extremista". A decisão significa que, se entrar no país, será presa de imediato.

Navalnaya, de 47 anos, assumiu um lugar de destaque na oposição russa após a morte do marido numa colónia penal no Árctico, em Fevereiro, e disse que irá continuar a lutar por aquilo a que Navalny chamou a "bela Rússia do futuro".

Na terça-feira, Yulia Navalnaya escreveu na rede social X, dizendo aos seus apoiantes que não se concentrassem na ordem judicial contra ela, mas na batalha contra o Presidente russo Vladimir Putin.

"Quando escreverem sobre isto, por favor não se esqueçam de escrever o principal: Vladimir Putin é um assassino e um criminoso de guerra", declarou.

"O seu lugar é na prisão, e não algures em Haia, numa cela acolhedora com uma televisão, mas na Rússia - na mesma colónia [penal] e na mesma cela de 2 por 3 metros em que matou Alexei."

O Kremlin nega até hoje ter ordenado a morte de Navalny.

Desde a morte do marido, Navalnaya encontrou-se com vários altos dirigentes ocidentais, incluindo o Presidente dos EUA, Joe Biden, em São Francisco.

A Fundação para os Direitos Humanos, uma organização sem fins lucrativos sediada nos EUA, nomeou Navalnaya sua presidente na semana passada, e a activista disse que usaria esse novo cargo para intensificar a luta travada por seu marido contra Putin.

"Vamos aceitar tudo o que possa ser útil para lutar contra Putin, para lutar pela bela Rússia do futuro", disse Navalnaya no X.