Daniil Medvedev vai repetir meia-final com Carlos Alcaraz
Jasmine Paolini e Donna Vekic vão decidir um lugar na final feminina do torneio de Wimbledon.
Daniil Medvedev garantiu a presença nas meias-finais de Wimbledon pelo segundo ano consecutivo, ao mesmo tempo que bateu um recorde pessoal. Perante Jannik Sinner, com quem tinha perdido os últimos cinco duelos, incluindo a final do Open da Austrália em Janeiro, o russo imperou ao fim de mais de quatro horas de jogo no segundo encontro que realizou no court central do All England Club nesta quinzena.
“Geralmente ganho um ou zero, por isso já é um recorde”, ironizou Medvedev (5.º mundial), depois de derrotar Sinner, por 6-7 (7/9), 6-4, 7-6 (7/4), 2-6 e 6-3. Foi a sétima vez que o russo venceu o detentor do primeiro lugar do ranking e a terceira em torneios do Grand Slam. E reforçou o registo de vitórias-derrotas em encontros disputados este ano e decididos no quinto set para 4-1; na carreira, continua negativo (8-10).
Sinner não estava nas melhores condições físicas e teve mesmo de sair do court, no início do terceiro set, acompanhado pelo fisioterapeuta português David Pires. No regresso, quebrou o serviço de Medvedev quando este servia a 5-4, mas não aproveitou as suas oportunidades de concluir o set, cedendo o primeiro tie-break dos 10 últimos que disputou.
“Esta manhã já não me senti bem e depois com o cansaço, foi difícil, mas não quero tirar nenhum mérito ao Daniil, jogou um ténis inteligente, bom ténis. Eu não vomitei, mas precisei de parar porque estava a sentir-me muito tonto. Quando voltei, tentei o meu melhor e fiquei obviamente desapontado com o terceiro set, pois não aproveitei o par de set-points. No quarto, subi o meu nível um pouco e, no quinto set, fiz um pobre jogo de serviço que decidiu o encontro”, explicou Sinner, depois de concluído o 36.º encontro decidido num quinto set nesta edição de Wimbledon – ultrapassando o anterior máximo, partilhado pelo US Open de 1983 e o Australian Open deste ano.
Seis em sete para Alcaraz
Na sexta-feira, Medvedev repete a meia-final de 2023, em que só ganhou nove jogos a Carlos Alcaraz. “Bate forte de forma fácil. E qualquer pancada que ele faz pode ser um winner, de todo o lado. Não há muitos jogadores assim”, reconheceu Medvedev.
Alcaraz (3.º), detentor do título e vencedor do último major, atinge a sexta meia-final nos últimos sete Grand Slams, após vencer Tommy Paul (13.º), por 5-7, 6-4, 6-2 e 6-2. O norte-americano foi o melhor até 2-0 do segundo set, mas Alcaraz reencontrou a agressividade e tomou o ascendente do encontro.
Nas meias-finais femininas, vamos ter um embate entre Jasmine Paolini (7.ª) e Donna Vekic (37.ª). Poucas semanas depois de ter atingido a final de Roland-Garros, Paolini (7.ª) arrasou em 58 minutos Emma Navarro (17.ª), que já eliminara Naomi Osaka e Coco Gauff, com os parciais de 6-2, 6-1. Aos 28 anos, Paolini é a mais velha tenista a disputar as suas duas primeiras meias-finais de majors no mesmo ano desde Betty Stove em 1977.
“Quando era criança vi as finais, neste court. É muito estranho estar aqui com uma vitória e estar na meia-final de Wimbledon”, admitiu Paolini, a primeira italiana a chegar a esta fase do torneio de Wimbledon desde 1926, assegurando que irá suceder à compatriota Sara Errani (em 2013) como a próxima representante italiana no top 5 do ranking mundial.
Donna Vekic (37.ª) chega pela primeira vez a uma meia-final de um Grand Slam na 43.ª presença num quadro principal de um major – na Era Open (desde 1968), só Barbora Strycova (53), Anastasia Pavlyuchenkova (52), Elena Likhovtseva (46) e Roberta Vinci (44) precisaram de mais participações para se estrearem nesta fase.
Nos “quartos”, Vekic pôs fim à brilhante prestação da neo-zelandesa, vinda do qualifying, Lulu Sun (123.ª), e no final da vitória por 5-7, 6-4 e 6-1, respirou de alívio. “Houve alguns momentos na minha carreira em que não quis jogar mais ténis. Houve uma mais recente, este ano, na quinta-feira que antecedeu Roland Garros. Não tinha energia nem motivação para continuar, porque não estava a obter os resultados que queria. Mas a equipa esteve sempre presente a apoiar-me e é incrível como as coisas no ténis mudam tão rapidamente”, revelou a tenista croata.