Espanha está na final do Euro 2024, França deixa cair a máscara

“La Roja” venceu lado mais duro do quadro do Alemanha 2024 e fica à espera do resultado do jogo entre Países Baixos e Inglaterra antes de poder atacar o tetra.

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Yamal iniciou a recuperação no triunfo de Espanha sobre a França Leonhard Simon / REUTERS
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A Espanha está na final do Euro 2024, torneio no qual ambiciona o inédito "tetra". Pelo caminho fica a França (2-1), o que, olhando ao trajecto das duas selecções, não pode ser considerado uma verdadeira notícia. Os jornalistas suecos já não precisam de mudar de canal e o futebol de De la Fuente prova que o cinismo não é a solução.

Em Munique, a França deixou, finalmente, cair a máscara. A Espanha limitou-se, apesar do golo de Kolo Muani, a confirmar que não foi por acaso que chegou às meias-finais só com triunfos, depois de dominar Itália, Croácia e Alemanha (vitória no prolongamento), impondo-se no quadro mais duro do torneio.

Os primeiros minutos acabaram por ser o retrato fiel da matriz de jogo das duas selecções neste Europeu, com a Espanha proactiva, a pressionar, a criar um par de situações e a aproximar-se do golo que Fabián Ruiz não foi capaz de oferecer à “La Roja” logo aos cinco minutos, após cabeceamento tímido.

Mais paciente, a França procurava estabilizar o jogo antes de poder encarar o adversário de frente, olhos nos olhos, como se exige a um verdadeiro candidato. Paradoxalmente, com o regresso de Rabiot ao centro de operações, Deschamps prescindia de Griezmann no "onze" inicial para dar mais largura à frente de ataque, esperando poder explorar quaisquer sinais de fragilidade acarretada pelas duas ausências forçadas (Carvajal e Le Normand) na defesa de Luis de la Fuente.

A França surgia com Dembélé à direita, Mbappé à esquerda e Kolo Muani na área, prescindindo ainda de Thuram. Tudo, sem deixar de especular e esperar um erro do adversário, como viria a verificar-se.

Finalmente livre da máscara que tem servido de justificação para o modesto desempenho na Alemanha, Mbappé aproveitou o tal erro, cometido por Jesús Navas (substituto de Carvajal), que colocou o francês em jogo e em condições de descobrir Kolo Muani para um cabeceamento irrepreensível.

Menos de 48 horas antes, Muani tinha saído em defesa do “ninja”, sublinhando a dificuldade e a tarefa ingrata de jogar com máscara. Deferência que Mbappé soube retribuir à altura, com uma visão aquilina.

O árbitro tinha apitado para o início há menos de nove minutos e a França conseguia o que ainda não tinha sido capaz de mostrar neste torneio: um golo de bola corrida.

Mas, depois de uns instantes para processar o golo francês, a Espanha reuniu todas as forças para se erguer, imperial, e virar o resultado da meia-final no espaço de quatro minutos. Primeiro, num rasgo do pequeno génio do Barcelona, com Yamal a dançar na frente de Rabiot e a criar o espaço e o tempo exactos para convidar a bola a beijar o poste e a aninhar-se no fundo das redes.

Quase de imediato, num gesto igualmente brilhante de Dani Olmo, a Espanha virou a mesa (25'). Alternativa ao lesionado Pedri, Olmo atirou a contar, para desespero de Koundé, que ainda desviou ligeiramente a trajectória da bola, sem, contudo, impedir que o marcador electrónico da Allianz Arena de Munique confirmasse a vantagem de Espanha.

"Remontada" apaga franceses

Subitamente, as boas sensações causadas entre as hostes francesas pelo primeiro golo da noite transformavam-se numa angústia que a dinâmica do futebol espanhol acentuava. A França estava pela primeira vez em desvantagem neste Europeu e obrigada a encontrar soluções.

Ficar na expectativa deixava de ser uma opção sensata. E esse poderá ter sido o maior inimigo dos vice-campeões mundiais, formatados para evitar o pior e esperar pelo melhor, como aconteceu frente a Portugal.

Nessa conformidade, a França limitou-se a reformular o meio-campo depois de Dembélé ter testado a atenção de Unai Simón. Nada de transcendente, porém. A Espanha fez circular a bola, ajustou o jogo à medida que o adversário tentava novos expedientes, mantendo a posse e o atrevimento (desta vez Yamal foi até ao fim) suficiente para dissuadir os franceses de um final kamikaze, até pela experiência tida com a Alemanha, que acabou num prolongamento evitável.

À França restava a capitulação, o que sucedeu quando já não havia mais ideias, nem forças para Deschamps alcançar a quarta final entre Mundiais e Europeus.

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