Rui Moreira lamentou a falta de verbas para a unidade móvel de consumo assistido

Questionado pela vereadora da CDU, o autarca esclareceu que o processo de adjudicação já foi concluído e que em breve o município terá a “carrinha parada”.

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A sala de consumo assistido do Porto tem capacidade para 15 utentes em simultâneo Nelson Garrido
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O presidente da Câmara do Porto afirmou que o município fez "tudo o que estava ao alcance" para avançar com a unidade móvel de consumo assistido, lamentando a falta de inscrição de verbas no Orçamento do Estado. "Cumprimos a nossa parte, mas o Ministério da Saúde esqueceu-se de inscrever as verbas no orçamento", afirmou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira em reunião do executivo.

Questionado pela vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, sobre a segunda estrutura para o consumo assistido, o autarca independente esclareceu que o processo de adjudicação já foi concluído e que em breve o município terá "a carrinha parada"."Da nossa parte fizemos tudo o que estava ao nosso alcance e cumprimos escrupulosamente com tudo", referiu, lamentando que, "da parte dos responsáveis do Ministério da Saúde não tenha havido o menor dos cuidados".

Pelo BE, a vereadora Maria Manuel Rola disse ver com preocupação "o desenrolar da sala de consumo", considerando o actual espaço, localizado na "Viela dos Mortos", "bastante exíguo para a capacidade"."Parece-nos surreal que não exista inscrição orçamental nesta matéria", referiu a vereadora, questionando a maioria se seria possível ampliar a sala actualmente em funcionamento."Se o Ministério da Saúde quiser ampliar, nós cedemos o espaço e eles ampliam", avançou Rui Moreira, recusando, no entanto, que seja o município a arcar com esse investimento.

Também a vereadora social-democrata Mariana Macedo lamentou que o anterior governo "não tenha dado a prioridade merecida" a esta matéria, questionando Rui Moreira se tinham sido encetadas diligências junto da tutela e se o município estava disponível para avançar com um investimento, a ser depois compensado e reforçado pelo Estado."Não vamos adiantar dinheiro", assegurou o autarca independente.

No início de Abril, a Câmara do Porto anunciou que, no prazo de um a dois meses, seria disponibilizada uma unidade móvel para consumo assistido para dar resposta aos consumidores de substâncias injectáveis, mas não aos consumidores de substâncias fumadas. Este projecto corresponde à disponibilidade manifestada pela autarquia em Agosto de 2023, depois de terem sido selados os portões da Escola Preparatória do Cerco, espaço em ruínas que pertence ao Ministério da Educação e que estava a ser usado como local de consumo e tráfico de droga.

No final do ano passado, a gestão da sala de consumo vigiado no Porto foi adjudicada ao consórcio liderado pela Agência Piaget para o Desenvolvimento (APDES) pelo período de 24 meses, revelou o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).Com a atribuição da gestão ao consórcio, o programa de consumo vigiado deixou de ser um projecto-piloto e passa a ser uma resposta financiada pelo Ministério da Saúde, através do SICAD.

Instalada na "Viela dos Mortos", a sala de consumo amovível começou a funcionar em 24 de Agosto de 2022, cerca de dois anos depois da aprovação do Programa de Consumo Vigiado, resultante da cooperação entre o município, o SICAD, o Instituto de Segurança Social e a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte). Com capacidade máxima para 15 utentes em simultâneo, a sala de consumo assistido do Porto funciona das 10:00 às 20:00, sete dias por semana.