Boeing aceita acordo para evitar julgamento por acidentes com 737 Max

Após chegar a acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, a Boeing irá pagar uma multa adicional de 243,6 milhões de dólares. A acusação está relacionada com dois acidentes que envolveram o 737 Max.

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O acordo não atribui imunidade à Boeing por outros acidentes Peter Cziborra / REUTERS
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A Boeing vai declarar-se culpada da acusação de fraude criminal resultante de dois acidentes com o 737 Max, após o Governo norte-americano descobrir que a empresa violou um acordo, afirmou no domingo o Departamento de Justiça.

Os procuradores federais deram à Boeing a opção, esta semana, de se declarar culpada e pagar uma multa, como parte da sentença, ou enfrentar um julgamento com a acusação criminal de conspiração para defraudar os Estados Unidos.

O acordo judicial, que ainda deve ter a aprovação de um juiz federal para entrar em vigor, prevê que a Boeing pague uma multa adicional de 243,6 milhões de dólares (224,9 milhões de euros). Trata-se do mesmo montante que a empresa pagou no âmbito do acordo de 2021, que o Departamento de Justiça afirmou que a empresa violou.

Este acordo judicial abrange apenas as infracções cometidas pela Boeing antes dos dois acidentes, que provocaram a morte de todos os 346 passageiros e membros da tripulação a bordo de dois novos aviões Max da Lion Air e da Ethiopian​, referiu um funcionário do Departamento de Justiça citado pela agência Associated Press.

Não atribui imunidade à Boeing por outros acidentes, incluindo a explosão de um painel de um avião Max durante um voo da Alaska Airlines em Janeiro, referiu um funcionário do Departamento de Justiça citado pela agência Associated Press.

Os promotores federais alegaram que a Boeing cometeu conspiração para defraudar o Governo ao enganar os reguladores sobre um sistema de controlo de voo que estava implicado nos acidentes, que ocorreram na Indonésia, em Outubro de 2018, e na Etiópia, menos de cinco meses depois.

Como parte do acordo de Janeiro de 2021, o Departamento de Justiça disse que não processaria a Boeing se a empresa cumprisse determinadas condições ao longo de três anos.

Mas no mês passado, os procuradores alegaram que a Boeing violou os termos desse acordo.

Notícia corrigida às 13h50 desta segunda-feira. Os voos nos quais morreram 346 pessoas eram da Lion Air e da Ethiopian

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