Hamas deixa cair exigência que impedia cessar-fogo, avança Associated Press

Responsáveis do movimento palestiniano e da equipa de mediadores do Egipto dizem que o Governo israelita não tem de se comprometer com o fim da guerra antes de negociações com vista a um cessar-fogo.

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A confirmar-se, a notícia pode desbloquear um plano de cessar-fogo em três fases MOHAMMED SABER / EPA
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O movimento palestiniano Hamas terá deixado cair a sua exigência de que Israel se comprometa com o fim da guerra na Faixa de Gaza como condição prévia para um cessar-fogo. A confirmar-se, este novo desenvolvimento pode reanimar um plano de tréguas proposto pelos Estados Unidos, a ser implementado em três fases.

A notícia da suposta cedência do Hamas foi avançada neste sábado pela agência Associated Press (AP), que cita um representante do movimento palestiniano e um elemento da equipa de mediadores egípcios, ambos sob a condição de anonimato. Não são ainda conhecidas reacções oficiais à notícia por parte de Israel e dos EUA.

Segundo as fontes citadas pela AP, o Hamas mantém a exigência de que Israel se comprometa "por escrito" com a cessação dos seus ataques durante a primeira fase do plano de cessar-fogo, depois de ter recebido "garantias verbais" nesse sentido por parte dos mediadores.

A exigência do Hamas para que Israel se comprometa, à partida, com o fim definitivo dos ataques em Gaza, e a garantia do Governo israelita de que isso só acontecerá após a "destruição" das capacidades militares e políticas do movimento palestiniano, tem impedido um novo acordo de cessar-fogo.

Se a cedência noticiada neste sábado for confirmada por todas as partes, e se o Governo israelita considerar que o passo do Hamas é suficiente para a interrupção dos ataques, a primeira fase do plano norte-americano poderá entrar em vigor.

Caso isso aconteça — um cenário que está ainda longe de se confirmar —, os ataques vão ser interrompidos durante 42 dias, para que as duas partes iniciem negociações com vista ao fim da guerra.

Nesse período, o Hamas libertará um número indeterminado de reféns — a maioria mulheres e crianças — capturados durante os ataques que lançou em Israel, a 7 de Outubro de 2023, e que fizeram 1200 mortos, entre civis e militares.

Ao mesmo tempo, Israel libertará centenas de palestinianos que estão presos em cadeias israelitas e retirará as suas tropas das zonas mais densamente povoadas da Faixa de Gaza, permitindo o regresso de deslocados de guerra às suas casas no norte do território.

Se a primeira fase decorrer conforme o plano inicial, o Hamas libertará os reféns do sexo masculino, incluindo civis e soldados, e Israel libertará um novo grupo de centenas de prisioneiros palestinianos.

Por último, segundo o plano dos EUA, as partes darão início a um plano de reconstrução a longo prazo da Faixa de Gaza.

A ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, lançada na sequência dos ataques de 7 de Outubro de 2023, fez quase 40 mil mortos em território palestiniano, incluindo civis e combatentes do movimento islamista, segundo números do Hamas.

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