Aos 17 anos, 13 deles vividos no número 10 de Downing Street, a residência oficial e o escritório do primeiro-ministro do Reino Unido, Larry prepara-se para receber Keir Starmer, que assume funções a partir desta sexta-feira, 5 de Julho. O felino idoso não tem raça e nasceu em 2007. Aos quatro anos, foi adoptado no abrigo Battersea Dogs and Cats Home, em Londres, pela equipa de Downing Street para ser o animal de estimação dos filhos do então primeiro-ministro David Cameron. Desde então, já viu cinco pessoas ocuparem o lugar. Além de Cameron (2010-2016), Theresa May (2016-2019), Boris Johnson (2019-2022), Liz Truss (2022), Rishi Sunak (2022-2024) e, agora, Starmer.
Por todo esse tempo, Larry continua no posto de "chief mouser", o caçador de ratos da residência oficial do primeiro-ministro britânico. Durante as perguntas finais do seu mandato, Cameron explicou que o gato é um funcionário público, e não uma propriedade pessoal. Portanto, não deixa Downing Street após uma mudança de cargo de primeiro-ministro. Larry também tem uma conta oficial no X, antigo Twitter. "Rishi Sunak transmitiu a renúncia ao rei, mas Keir Starmer ainda não foi nomeado primeiro-ministro, então quem está no comando? Eu", lê-se, numa publicação da conta oficial do gato.
O site de Downing Street afirma que Larry conquistou o coração do público e as equipas de imprensa, que frequentemente acampam em frente à residência. "Em troca, a nação envia-lhe presentes e guloseimas diariamente". "Larry passa os dias a receber convidados na casa, inspeccionando as equipas de segurança e testando móveis antigos para verificar a qualidade das sestas. As suas responsabilidades diárias também incluem contemplar uma solução para a ocupação de ratos na casa. Larry diz que isso ainda está na fase de planeamento táctico", diz o site.
A relação dos políticos britânicos com gatos é longa. Winston Churchill (1874-1965), ex-primeiro-ministro, doou a propriedade de Chartwell para o Governo, mas exigiu que houvesse sempre um gato amarelo chamado Jock na casa. A tradição é mantida até hoje.
Exclusivo PÚBLICO/Folha de S.Paulo
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