Marine Le Pen critica “lições de moral” do futebolista Mbappé

O internacional francês tinha apelado aos eleitores gauleses para que não votassem na extrema direita.

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Marine le Pen YOAN VALAT / EPA
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A líder do partido de extrema-direita União Nacional criticou nesta sexta-feira as "lições de moral" do avançado da selecção francesa de futebol, Kylian Mbappé, que apelou ao voto que evite que o país caia "nas mãos dessa gente".

"Os franceses estão cansados de receber lições de moral e instruções sobre como votar", afirmou Marine Le Pen numa entrevista à CNN France, na qual também apelou à "moderação" dos "multimilionários" que se apresentam como porta-vozes contra as posições que representa.

Le Pen criticou "as pessoas que têm a sorte de viver muito confortavelmente" e "de serem protegidas da insegurança, da pobreza e do desemprego" que afectam os seus compatriotas.

Laurent Jacobelli, porta-voz da União Nacional (Rassemblement Nationale, no original francês), também criticou o capitão da selecção francesa, aconselhando-o a "ficar no seu lugar".

"Não vou entrar em campo para dar conselhos de treinador, acho que cada um deve ficar no seu lugar", afirmou Jacobelli, em entrevista à TF1, depois de o avançado francês ter incentivado as pessoas a votar durante a conferência de imprensa de quinta-feira antes dos quartos-de-final do Euro 2024 de futebol contra Portugal.

Referindo-se a uma das frases de Mbappé na conferência de imprensa, Jacobelli argumentou que o "lado bom" do jogador deveria ser estar na "selecção francesa", vestindo "a camisola de todos, independentemente do seu voto".

A segunda volta das eleições legislativas francesas antecipadas decorre domingo, depois de na primeira volta se ter registado a vitória da extrema-direita liderada por Jordan Bardella, com 33% dos votos.

Seguiu-se a coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP, 28,5%) e os centristas Juntos pela República, que integra o partido do Presidente Emmanuel Macron (22%).

As eleições foram convocadas pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, após a derrota do seu partido (Renascimento) e a acentuada subida da União Nacional (extrema-direita), nas eleições para o Parlamento Europeu de 9 de Junho. A escolha de um novo executivo deveria ocorrer apenas em 2027.