Taxa de juro mista atinge recorde de 76% nos novos empréstimos à habitação em Maio

Peso da taxa variável, associada à Euribor, no stock de crédito para compra de casa cai para 72% quando era quase 100% no final de 2022.

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Portugueses apostam casa vez mais nas taxas mistas, com um período fixo, transitando depois para variável (Euribor) Manuel Roberto
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Os novos empréstimos à habitação a taxas variáveis, ou seja, associados às Euribor, passaram definitivamente a ser uma minoria, quando há cerca de dois anos e meio representavam mais de 95%. Em Maio, 76,3% dos novos empréstimos foram realizados a taxas mistas, regime em que há um período inicial de taxa fixa, passando depois a variável, a percentagem mais elevada de sempre.

De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), a percentagem de novos contrato a taxa variável caiu abaixo de 20% (19,5%), o valor mais baixa de sempre, e a taxa totalmente fixa durante o contrato manteve-se praticamente residual, nos 4,2%.

Esta mudança é explicada pela forte subida das taxas Euribor em 2022 e 2023, e a uma maior oferta de taxas mistas por parte das instituições financeira.

Com o crescimento da opção de taxa mista, que desde Setembro de 2023 ficou acima dos 50% das novas operações, o stock de empréstimos concedidos a particulares para habitação própria permanente também está a sofrer uma alteração profunda. Os contratos a taxa mista já representam 24% do total de créditos à habitação existentes em Maio de 2024, quando em Dezembro de 2022 representavam apenas 6,4%.

A taxa de juro média dos novos empréstimos diminuiu 0,02 pontos percentuais em Maio, fixando-se em 3,61%.

Incluindo renegociações de contratos realizada no mesmo mês, ou seja, do conjunto das novas operações é mais elevada, mais ainda assim caiu pelo oitavo mês consecutivo, a passar de 3,74%, em Abril, para 3,71% em Maio. A diferença de valores é explicada pelo facto da taxa média a que foram feitas as renegociações ser bem mais elevada e até ter subido 0,02 pontos percentuais em Maio, para 4,06%.

Em Maio, Portugal apresentou a sétima taxa de juro média do conjunto das operações de crédito (3,71%) mais baixa que da média da área do euro, que se fixou em 3,76%.

No mês em análise, o montante dos novos contratos de empréstimo aos particulares aumentou 37 milhões de euros face ao mês anterior, fixando-se em 2109 milhões de euros, com os aumentos a verificarem-se no segmento da habitação (1830 milhões de euros), mas também aos particulares.

As renegociações de crédito diminuíram 90 milhões de euros, totalizando 432 milhões de euros, uma evolução explicada, em grande parte, pela diminuíram pelo quarto mês consecutivo das renegociações de créditos à habitação (-84 milhões de euros, para 395 milhões de euros).

As amortizações antecipadas de crédito à habitação representaram 0,91% do stock de empréstimos, uma diminuição de 0,02 pontos percentuais face ao mês anterior. As amortizações totais (que incluem os contratos finalizados por amortização da dívida do devedor, as consolidações de crédito em novo contrato e as transferências de crédito para outra instituição) corresponderam a 91% das amortizações antecipadas.

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