Ivan van Kalmthout deixa de ser director artístico do São Carlos

O seu mandato terminaria a 30 de Junho de 2027 e o neerlandês tinha sido escolhido por concurso.

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Ivan van Kalmthout Nuno Ferreira Santos
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A comissão de serviço do holandês Ivan van Kalmthout como director artístico do Teatro Nacional de São Carlos “cessa hoje, por acordo”, informa um comunicado do Conselho de Administração do OPART - Organismo de Produção Artística, E. P. E. enviado esta noite ao PÚBLICO depois de o jornal ter tentado confirmar a notícia da demissão do director artístico junto do Ministério da Cultura e do Teatro Nacional de São Carlos. Não foram dadas mais explicações.

Ivan van Kalmthout era director artístico do Teatro Nacional de São Carlos desde 1 de Julho de 2023, tendo sucedido a Elisabete Matos. Foi escolhido por concurso e o seu mandato terminaria a 30 de Junho de 2027.

“A actividade artística do Teatro Nacional de São Carlos, nomeadamente a preparação e apresentação da temporada 2024-2025, prosseguirá com a maior serenidade, dando cumprimento às respectivas obrigações de serviço público”, acrescentam, explicando que foi dada esta quinta-feira nota da cessação ao gabinete da ministra da Cultura.

Antes de chegar ao São Carlos, Ivan van Kalmthout tinha uma larga experiência na gestão de equipas de vários teatros europeus, como no Staastoper Unter den Linden, de Berlim, onde foi director de ópera, e no Gran Teatre del Liceu, em Barcelona, onde foi adjunto do director artístico durante dez anos e depois director artístico interino. Para o São Carlos, foi seleccionado entre 22 candidatos. Na altura, o PÚBLICO noticiava que na opinião do júri que o seleccionou a sua proposta era “ambiciosa, mas realista” e que “equilibrava a apresentação do repertório canónico com a abertura à composição contemporânea”, bem como “a inserção na rede internacional de produção operática com a aposta no desenvolvimento da carreira de jovens intérpretes nacionais e na promoção do repertório português”, ao mesmo tempo que visava “a formação de novos públicos e o reforço do programa educativo do teatro em permanente articulação com os parceiros do território nacional e com os seus congéneres europeus”.

Nesta nota enviada ao PÚBLICO, explicam ainda que nos termos do disposto no número 10 do artigo 15.º dos Estatutos do OPART, que tutela conjuntamente o São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado, “em caso de (…) vacatura do cargo antes da data prevista para o termo do mandato, os directores artísticos podem ser designados, interinamente e sem concurso, por despacho do membro do Governo responsável pela área da cultura, pelo período máximo de 12 meses."

Nesse prazo, acrescentam, o conselho de administração do OPART, E. P. E. e a ministra da Cultura devem iniciar e concluir novo concurso.

No site do Teatro Nacional de São Carlos, na página dedicada ao até aqui director artístico, explicava-se que durante o seu mandato a Companhia do Teatro Nacional de São Carlos mudaria provisoriamente de instalações, devido à “grande obra de reestruturação do seu edifício” e que objectivo de Ivan van Kalmthout seria “o de apresentar temporadas” que atraíssem “novas audiências, normalmente não habituadas à beleza do teatro musical, criando argumentos abrangentes, que lhes permitam uma vivência mais intensa de tudo o que uma magnifica ópera tem para oferecer.”

Foi feita rectificação quanto aos cargos ocupados por Ivan van Kalmthout antes de chegar ao São Carlos

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