Biden admite desistir da candidatura à Casa Branca, diz New York Times

Porta-voz da Casa Branca desmente a notícia do jornal norte-americano e diz que o Presidente dos EUA continua determinado a manter-se na corrida.

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O Presidente dos EUA, Joe Biden, vai ser entrevistado na sexta-feira no canal ABC News Elizabeth Frantz / REUTERS
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O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, terá dito a um dos seus principais apoiantes que os próximos dias vão ser decisivos para o seu futuro na corrida à eleição presidencial. A confirmar-se esta informação, avançada nesta quarta-feira pelo New York Times, Biden mostra estar consciente das possíveis consequências da sua prestação no debate televisivo da semana passada, que gerou uma onda crescente de preocupação no Partido Democrata.

"Ele sabe que as coisas podem mudar de figura se tiver mais dois momentos como aquele", disse o apoiante de Biden, citado sob a condição de anonimato, numa referência ao frente-a-frente com Donald Trump, a 27 de Junho.

A notícia, assinada pela correspondente do New York Times na Casa Branca, Katie Rogers, cita uma outra fonte, identificada como "um conselheiro de topo" de Biden, segundo a qual Presidente dos EUA "está consciente do desafio político que tem pela frente".

Pouco depois da publicação da notícia, na tarde desta quarta-feira, um porta-voz da Casa Branca, Andrew Bates, negou que Biden tenha admitido pôr fim à campanha eleitoral.

"Esta alegação é completamente falsa. É isso que teríamos dito ao New York Times se nos tivessem dado mais do que sete minutos para reagir", disse o responsável na rede social X.

Nesta sexta-feira, Biden vai ser entrevistado no canal ABC News, no seu primeiro grande teste em público após o debate. No fim-de-semana, o Presidente dos EUA marcará presença em dois importantes comícios, na Pensilvânia e no Wisconsin.

Segundo o New York Times, é possível que Biden tome uma decisão na próxima semana, dependendo da sua prestação na entrevista e nos comícios.

Pressão aumenta

A estratégia da Casa Branca para lidar com as consequências da prestação de Biden no debate — assente na ideia de que o Presidente dos EUA teve apenas uma má noite, devido a uma constipação e a uma agenda sobrecarregada — começou a ser contestada em público no Partido Democrata.

Na terça-feira, o progressista Lloyd Doggett, do Texas, tornou-se no primeiro congressista a apelar a Biden para se afastar da corrida; e uma das figuras mais influentes no partido, Nancy Pelosi, admitiu ser "legítimo" questionar se o que está em causa é "um episódio, ou uma situação".

Além de Doggett — um veterano da ala progressista do Partido Democrata e pouco conhecido a nível nacional nos EUA —, nenhuma figura de primeiro plano surgiu ainda em público a pedir a substituição de Biden como candidato à eleição de Novembro.

Ainda assim, as últimas declarações de Pelosi e de outros políticos influentes no Partido Democrata — como o congressista Jim Clyburn, que disse estar confortável com a ideia de uma Casa Branca liderada por Kamala Harris, a vice-presidente dos EUA — alimentaram especulações, nos media norte-americanos, de que Biden terá de provar rapidamente que tem condições para se manter na corrida.

O facto de Biden não ter agido de imediato para acalmar os receios no Partido Democrata, através de uma série de entrevistas e de conferências de imprensa, e de contactos directos com eleitores, adensou a preocupação de políticos e doadores financeiros.

Essas preocupações agravaram-se com a divulgação, na terça-feira, de uma sondagem realizada por uma organização progressista, a OpenLabs, que aponta para uma queda das intenções de voto em Biden, após o debate, em estados decisivos para a vitória em Novembro, como a Pensilvânia e o Michigan.

Segundo o site de notícias Puck, que publicou a sondagem em exclusivo, Biden tem agora uma vantagem de apenas um ponto percentual no Novo México — um estado onde bateu Trump, em 2020, com uma vantagem de 11 pontos percentuais.

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