Parte da ciclovia da Avenida da República em Gaia será partilhada com faixa BUS
Haverá um troço com uma ciclovia dedicada, entre o Jardim do Morro e o El Corte Inglés, e outro do El Corte Inglés até à estação de metro D. João II, em que haverá partilha de espaço com autocarros.
Parte da ciclovia que será instalada na Avenida da República, em Gaia, partilhará o seu espaço com uma faixa BUS, seguindo o modelo seguido na Estrada Nacional 222, segundo os documentos do projecto, a que a Lusa teve acesso.
Segundo os documentos, a sinalização rodoviária a instalar ao longo da avenida respeitará dois troços: um com uma ciclovia totalmente dedicada, entre o Jardim do Morro e a zona do El Corte Inglés, e outro do El Corte Inglés até à ligação com a Estrada Nacional 222, junto à estação de metro D. João II, em que haverá uma partilha de espaço entre modos suaves e os autocarros.
Para já, fica de fora da ciclovia a zona da Avenida da República entre D. João II e Santo Ovídio, confirmou aos jornalistas o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues.
As posturas municipais relativas à instalação da ciclovia e faixa BUS foram aprovadas por unanimidade na reunião de câmara de segunda-feira.
No caso do primeiro troço, haverá uma ciclovia em cada sentido do trânsito "com 1,8 metros de largura" que será delimitada por mecos apenas interrompidos nas "rampas de acesso a garagem, paragens de autocarro e zonas de cargas e descargas", de acordo com o documento municipal a que a Lusa teve acesso.
"A introdução da ciclovia irá contribuir para efectiva eliminação do estacionamento ilegal", vinca o documento.
Já no segundo troço, onde foi possível manter duas vias de trânsito, que actualmente já estão a ser sinalizadas, uma delas verá a "instalação de corredor BUS e ciclovia na mesma via", tal como acontece na Estrada Nacional 222 desde D. João II até aos Arcos do Sardão.
O documento municipal refere ainda que, "de forma a salvaguardar actividades económicas, que foram alvo de um criterioso levantamento, foram criados novos lugares de cargas e descargas nas transversais (da Avenida da República), bem como diversos lugares (de cargas e descargas) sobre o passeio [...] e apenas em zonas onde a largura do passeio é superior a cinco metros".
A Lusa já constatou que a instalação de alguns destes lugares de cargas e descargas, com retirada de algum espaço ao passeio, está a avançar nalguns pontos da avenida.
Neste ponto, o presidente da Câmara de Gaia referiu que já se reuniu com os comerciantes que terão a ciclovia à sua porta, referindo que "nunca foram as cargas e descargas o assunto dos comerciantes" mas sim "os estacionamentos", na sua maioria feitos de forma ilegal.
Sem querer comprometer-se com um prazo concreto, Eduardo Vítor Rodrigues disse acreditar que a obra deverá estar completada no final do mês.
O projecto refere ainda que o jardim-de-infância próximo à Rua de Luís de Camões "ficará com a possibilidade de realizar entrada e saída de alunos em quatro novos lugares criados no arruamento transversal adjacente".
Segundo o documento, "as viragens à direita (de veículos) foram alvo da maior preocupação, pois constituem um ponto crítico das ciclovias", pelo que "de forma a garantir a segurança de todos os utilizadores" estes segmentos "serão pintados e reforçados com sinalização vertical colocada a cerca de 25 metros da viragem".
"As paragens de autocarros, dada a impossibilidade imediata da ciclovia contornar os abrigos, foram alvo de tratamento especial", refere também o texto, pelo que "através do uso de marcas rodoviárias e balizas flexíveis [mecos], procurou-se conciliar os diversos utilizadores (passagem pedonal de acesso/saída do autocarro)".
O documento refere ainda que, "no âmbito da prevista reformulação dos passeios, terá de ser ponderado o desvio da ciclovia por trás do abrigo/paragem ou elevar a ciclovia (ficando ao nível do passeio) na zona de paragem/abrigo".
O documento revela ainda que o canal BUS e ciclovia, na zona da Casa da Presidência, nos dois sentidos, "terá prioridade face aos restantes veículos, em termos de sinalização luminosa, que terá de ser modificada em articulação com o Metro do Porto".
A criação da ciclovia foi noticiada pela Lusa em 09 de Maio.