Este “cão-guia” robô tem seis patas e consegue falar com o dono

Tem seis patas e consegue comunicar através da inteligência artificial. Está em fase de testes, em Xangai.

Foto
Uma pessoa caminha com um robô de seis patas "cão-guia" na Universidade Jiao Tong de Xangai, em Xangai, China REUTERS/Nicoco Chan
Ouça este artigo
00:00
02:19

É menos peludo do que um companheiro tradicional, mas um robô chinês de seis patas – o "cão-guia" – poderá vir a ajudar pessoas cegas a serem mais independentes, de acordo com a equipa de investigação e desenvolvimento em Xangai.

O cão robô, que está em fase de testes, é capaz de vaguear pelas ruas através de câmaras e sensores e reconhecer sinais de trânsito e semáforos.

É mais ou menos do tamanho de um Bulldog Inglês, mas um pouco mais largo. Pode comunicar com recurso a tecnologia de Inteligência Artificial com reconhecimento de voz, consegue planear rotas e tem seis patas, o que, segundo os investigadores, permite ter um andar mais suave com máxima estabilidade.

"Quando se levantam três pernas, continuam a existir três pernas, como o tripé de uma câmara. É a forma mais estável", disse o Professor Gao Feng, chefe da equipa de investigação da Escola de Engenharia Mecânica da Universidade Jiao Tong, em Xangai.

O casal Li Fei, 41 anos, e Zhu Sibin, 42 anos, ajudam a equipa da Universidade de Jiao Tong a testar o robô com comandos em chinês. Li é completamente cego e Zhu quase já não vê. Por isso, utiliza uma bengala para se deslocar.

"Se este cão-guia robô chegar ao mercado e eu o puder utilizar, pelo menos poderá resolver alguns dos meus problemas quando me desloco", disse Li. "Por exemplo, se quiser ir para o trabalho, para o hospital ou para o supermercado, não posso sair sozinho e tenho de ser acompanhado pela minha família ou por voluntários."

Os cães-guia robotizados estão a ser desenvolvidos noutros países, incluindo a Austrália e a Grã-Bretanha. No entanto, a China tem uma escassez gigante de cães-guia tradicionais – existem apenas 400 para cerca de 20 milhões de cegos, diz Gao.

A posse de animais de companhia e de animais de serviço são também conceitos relativamente novos no país, o que significa que muitos locais de trabalho, restaurantes e outras áreas públicas não acolheriam um ajudante mais tradicional como um Labrador.

Ao contrário desses cães, cuja oferta será sempre limitada devido às limitações naturais da criação e ao intenso treino necessário, Gao afirma que a produção de cães-guia robots pode vir a subir, especialmente num grande centro de produção como a China.

"É um pouco como os automóveis. Posso produzi-los em massa da mesma forma que os automóveis para os tornar mais acessíveis", explica Gao.