Monte Fuji com novas restrições e acesso pago para controlar turismo

O Trilho Yoshida, o mais popular para subir ao Monte Fuji, no Japão, passa a estar limitado a 4 mil turistas por dia e a custar cerca de 11,60 euros, a partir desta segunda-feira.

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A temporada de escalada no Monte Fuji já arrancou REUTERS/Issei Kato
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A temporada de escalada no Monte Fuji arranca esta segunda-feira, 1 de Julho, e com ela entram em vigor as novas restrições no acesso ao trilho mais popular, impostas pelas autoridades locais para tentar resolver os crescentes problemas ambientais, de sobrelotação, e segurança na montanha mais alta e famosa do Japão.

O pórtico instalado no acesso ao Yoshida – considerado o trilho para principiantes, mais acessível e com mais infra-estruturas, e por isso também o mais procurado – passa a abrir-se apenas a um máximo de 4.000 alpinistas por dia, e sob o pagamento de uma taxa obrigatória de 2.000 ienes (cerca de 11,55 euros). Existe ainda a possibilidade de deixar um donativo opcional de 1.000 ienes para fins de conservação (cerca de 5,78 euros).

Segundo a Associated Press, com o pórtico passa também a estar vedado o acesso ao trilho entre as 16h e as 3h, de forma a impedir a entrada de quem não reservou estadia numa dos abrigos de montanha que existem ao longo do percurso. O objectivo é parar com o fenómeno “bullet climbing” e quem se apressa a chegar ao cume, madrugada dentro, para ver o nascer do Sol, sem o descanso adequado, considerado um risco grave em termos de segurança.

Com o novo sistema, passa a ser necessário fazer reserva antecipada e escolher entre uma caminhada de um dia ou com estadia de uma noite num dos abrigos de montanha. O código QR recebido deve ser depois digitalizado no pórtico, situado a meio da montanha, numa área conhecida como quinta estação, onde arranca o trilho Yoshida.

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As filas de turistas voltaram ao Monte Fuji REUTERS/Issei Kato

“As restrições que entram em vigor este ano são medidas para resolver os problemas que põem em risco a vida dos alpinistas”, sublinhava Kotaro Nagasaki, governador de Yamanashi, uma das duas províncias japonesas pelas quais se estende a montanha. De acordo com Nagasaki, citado pela AP, o número de alpinistas deverá ultrapassar os 137.236 registados no ano passado. “A sobrelotação perto do cume pode levar a um grande desastre, como a queda de pessoas num efeito dominó”, alertou.

As novas medidas pretendem evitar o pior e aliviar a sobrelotação na metade superior do Monte Fuji, estando a ser equacionada a introdução de outras medidas e acções para resolver o problema do sobreturismo na metade inferior da montanha, adiantou o governante.

Outrora local de peregrinação, actualmente o Monte Fuji atrai dezenas de milhares de turistas todos os anos, que acorrem ao cume, localizado a 3.776 metros de altura, para assistir ao nascer do Sol. Na semana passada, quatro pessoas morreram enquanto tentavam escalar Fuji, dias antes da abertura oficial da temporada.

Com o crescimento galopante do turismo no país, o Japão tem vindo a impor novas regras para controlar os excessos. Em Abril, a cidade de Quioto, por exemplo, passou a proibir a circulação de visitantes nas ruas privadas do bairro de Gion, conhecido pelas gueixas, um dos símbolos da cultura tradicional japonesa.

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