Secretária de Estado da Mobilidade faz viagem de oito minutos para comemorar os 25 anos do Alfa Pendular

Secretária de Estado fará a viagem entre Santa Apolónia e a Gare do Oriente num comboio que levará como convidado o maquinista, hoje reformado, que em 1999 fez a primeira viagem comercial.

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A viagem inaugural do Alfa Pendular foi há 25 anos Nelson Garrido
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A CP assinala a primeira viagem do Alfa Pendular – realizada em 1 de Julho de 1999 – reunindo no comboio que hoje sai às 17h00 de Santa Apolónia, o Conselho de Administração da CP e o maquinista Eduardo Silva, de 68 anos, que há 25 anos conduziu a primeira composição em serviço comercial e duas assistentes comerciais que também fizeram serviço no Alfa. A secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Dias, acompanhará o início desta viagem, que também é aberta à imprensa, entre as estações de Lisboa Santa Apolónia e Lisboa Oriente, num percurso que demora oito minutos.

Os comboios pendulares — assim designados por poderem inclinar-se nas curvas permitindo manter uma velocidade elevada — foram a maior novidade ferroviária das últimas décadas em Portugal. Adjudicados à Fiat Ferroviária (empresa que viria a ser comprada pela Alstom) e fabricados em Itália, as dez unidades custaram 124,7 milhões de euros, mas os atrasos na entrega foram tão grandes que as penalizações ao fabricante levaram a que um dos comboios ficasse praticamente à borla.

Dos pendulares comprados sobrevivem nove porque um ficou inutilizado no acidente de Soure em 31 de Julho de 2020. Ainda assim, asseguram diariamente 22 circulações nos dias úteis e 17 aos fins-de-semana. Ligam Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa e Faro, parando ainda em algumas cidades intermédias.

Estes comboios têm uma oferta de 301 lugares, divididos por seis carruagens. Usando de rigor ferroviário, os pendulares não são comboios (composições formadas por uma locomotiva a rebocar carruagens), mas sim automotoras pois a tracção distribui-se ao longo de quatro das seis carruagens estando todas sincronizadas na capacidade de acelerar e frenar.

O Alfa Pendular está apto a circular a 220 km/h, mas se for alvo de uma upgrade poderá mesmo atingir os 250 km/h. Tal revela-se, contudo, inútil no caso português pois são poucos os troços onde a composição alcança a velocidade máxima.

Em 1999, quando foram comprados, e com a linha do Norte em obras de modernização iniciadas em 1995, acreditava-se que estas terminariam em 2001 e que nessa altura Lisboa-Porto poderia ser feito em 2 horas e 15 minutos. Mas erros de projecto e surpresas na geotecnia da plataforma da linha levaram a “reprogramações” sucessivas nos trabalhos. À época, perante estes atrasos e a complexidade da modernização da principal linha férrea portuguesa, o ministro do Equipamento, João Cravinho, decide que o melhor para ligar Lisboa e Porto seria uma nova linha de alta velocidade, que acabaria por ser anunciada poucos semanas depois da inauguração do Alfa Pendular.

Hoje, 25 anos volvidos, não há alta velocidade e a linha do Norte ainda não está totalmente modernizada.

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