França desmontou o calculismo da Bélgica

Com um golo de Vertonghen na própria baliza no minuto 85, os franceses asseguraram a presença nos quartos-de-final do Campeonato da Europa.

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Kolo Muani e Mbappé festejam a vitória da França Bernadett Szabo / REUTERS
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Era o jogo cabeça-de-cartaz dos quartos-de-final do Campeonato da Europa de 2024, mas não ficará na memória como um dos mais entusiasmantes da competição. Na Merkur Spiel-Arena, em Düsseldorf, a França sentiu dificuldades para encontrar a fórmula que lhe permitisse desmontar o calculismo apresentado pela Bélgica. No entanto, no minuto 85, um lance feliz de Kolo Muani – a bola desviou em Vertonghen e traiu Koen Casteels – bastou para os gauleses fazerem a festa e ficarem à espera de Portugal ou da Eslovénia.

O quinto bilhete para os quartos-de-final do Alemanha 2024 saiu do vencedor de um clássico do futebol europeu onde a história ainda continua a favorecer a Bélgica. Antes das duas equipas entrarem em campo, nos 75 duelos entre vizinhos os belgas somavam 30 vitórias – são agora 27 triunfos para os franceses -, mas as memórias recentes em “jogos a doer” eram favoráveis aos gauleses: excluindo partidas de preparação, a última vitória da Bélgica frente à França foi em 1981, na fase de qualificação para o Mundial de 1982, em Espanha.

Para além do currículo favorável, a França entrou na Merkur Spiel-Arena com o favoritismo do seu lado e, para atacar a Bélgica, Didier Deschamps utilizou a fórmula com que iniciou o Euro, voltando a oferecer a titularidade a Griezmann e Thuram, que tinham sido suplentes contra a Áustria.

Já os belgas, que tiveram de sofrer bastante na fase de grupos - todas as equipas do Grupo E terminaram com quatro pontos -, também se apresentaram em Düsseldorf com duas novidades: Domenico Tedesco retirou do “onze” Tielemans e Trossard, apostando em Carrasco e Openda.

Estes eram os ingredientes para o jogo de maior cartaz dos” oitavos”, mas, com as duas equipas a mostrarem sempre muito respeito mútuo, no frente-a-frente entre franceses e belgas foi servido um cocktail pouco temperado.

Embora com novo líder – em 2021 era Roberto Martínez que liderava os “diabos vermelhos” -, a Bélgica repetiu em Düsseldorf o plano de jogo que apresentou nos “oitavos” do último Europeu, quando afastou Portugal em Sevilha.

Sem terem pudor em ficarem no seu meio-campo à espera do adversário, os belgas convidaram sempre os vice-campeões do Mundo a assumirem as despesas do jogo. Com isso, procuravam uma oportunidade para que Kevin de Bruyne, Lukaku e Openda tivessem espaço para fazer a diferença no ataque. Porém, a sempre metódica França de Deschamps nunca correu riscos excessivos.

Assim, nos primeiros 45 minutos, as oportunidades foram quase sempre francesas, com Thuram a ser o maior protagonista, mas, aos 24’, um livre de Kevin de Bruyne quase que surpreendeu Maignan, que conseguiu com uma defesa de recurso evitar que os belgas passassem para a frente.

O nulo ao intervalo não fez que nenhum treinador mudasse uma virgula ao que tinha apresentado nos primeiros 45 minutos. Com a Bélgica sempre mais retraída, a França continuou, mesmo que de forma comedida, a ser a equipa mais ofensiva, mas voltaram a ser os belgas, numa das raras investidas no ataque, a ter uma oportunidade de ouro: Theo Hernandez com um corte magistral impediu que Carrasco marcasse.

De imediato, Deschamps trocou Thuram por Kolo Muani, e, aos 85’, pouco depois de Maignan defender um remate perigoso de de Bruyne, surgiu o golo que decidiu o encontro: Kante serviu Kolo Muani que conseguiu com um bom gesto técnico ganhar espaço e rematar, mas foi um desvio em Vertonghen que retirou a Casteels qualquer hipótese de defesa.

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