Governo vai retomar em breve negociações com sindicatos dos polícias

Membros das forças de segurança deverão encher galerias da Assembleia da República esta quinta-feira, para assistirem a debate de propostas do Chega.

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Manifestação das forças de segurança em Fevereiro passado Nuno Ferreira Santos
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Depois de um interregno de cerca de um mês, o Governo vai retomar as negociações com a plataforma sindical da PSP e da GNR sobre o aumento do suplemento salarial das forças de segurança.

Ao mesmo tempo, na próxima quinta-feira, as galerias da Assembleia da República deverão encher-se de polícias, por ocasião da apresentação, pelo Chega, de uma proposta destinada a acolher as reivindicações dos sindicatos nesta matéria. Como se pode ler na edição deste domingo do Diário de Notícias, este partido propõe um aumento faseado do subsídio de risco que chegue aos 400 euros mensais no final de 2026, enquanto o Governo não passou até agora da fasquia dos 300 euros.

Num apelo que publicou nas redes sociais, o líder do Chega, André Ventura, deixou um desafio aos polícias para esse dia às 15h: “Preciso que venham para o Parlamento, nas galerias e fora do Parlamento, mostrar a força (...). Venham até Lisboa mostrar ao país a vossa indignação.” Para acrescentar: “Isto era um projecto que devia ter sido implementado desde o início. Não o foi porque o PS vos traiu e porque o PSD hesita em dar os passos no caminho certo.” Neste mesmo dia, o Chega apresenta outras propostas relacionadas com as polícias, como a criminalização do incitamento ao ódio contra os membros dos órgãos de polícia criminal e os titulares de órgãos judiciais.

ASPP admite que apelo tenha adesão

“Acredito que o apelo do Chega tenha muita adesão, porque os colegas estão muito cansados”, antecipa Paulo Santos, que dirige a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), o sindicato mais representativo do sector. Ao contrário do movimento inorgânico Zero, ligado às forças de segurança, que já se juntou ao apelo do Chega, a plataforma sindical não se vincula a esta iniciativa.

“Separa-nos do Ministério da Administração Interna um valor de cem euros. Queremos esgotar as negociações com o Governo” antes de enveredar por outros caminhos, explica o mesmo dirigente sindical.

A 12 de Junho, quando as negociações com o Governo corriam o risco de terminar sem acordo à vista, a plataforma solicitou à tutela uma nova reunião suplementar, que até agora não foi marcada mas que estará na iminência de o ser. A proposta da ministra da Administração Interna que não foi aceite na última reunião, no passado dia 4 de Junho, previa que o aumento fosse de 200 euros já este mês, seguindo-se-lhe acréscimos de 50 euros no início de 2025 e 2026, até o suplemento perfazer 300 euros por mês.

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