Cartas ao director

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O novo Costa em Bruxelas

Como presidente do Conselho Europeu, a partir de Dezembro, António Costa vai pôr em prática toda uma acção revitalizadora dos instrumentos de mediação entre as diferentes sensibilidades da UE, onde aliás é dado a sentir-se como peixe na água. O país político apoia, no geral, António Costa, mas foram de Portugal que subsistiram as maiores dificuldades, que podiam ter inviabilizado a sua escolha. Com efeito, até hoje, o processo que levou à sua demissão do governo, a que presidiu, continua sem ser arquivado, não obstante a reconhecida falta de fundamentação das suspeitas atribuídas e a qualquer momento poderia surgir transcrição de escutas, mesmo que descontextualizadas e sem relevância, como veio a acontecer no caso da demissão da ex-presidente da TAP. Por isso, as únicas dúvidas alimentadas, em Bruxelas, à volta da escolha de Costa resultaram de ecos vindos de Lisboa. Foi importante a aposta de Luís Montenegro. Mas o prestígio que resultou na escolha pode o novo António Costa agradecê-lo mais aos pares internacionais do que a uma aposta desde logo ganha em Portugal, onde o apoio maioritário alcançado foi contudo enfraquecido por vozes discordantes de adversários políticos à direita.

Eduardo Fidalgo, Linda-a-Velha

A "sorte grande" saiu a António Costa

A democracia assenta a sua base estrutural na divisão de poderes: o legislativo, o executivo e o judicial. O poder judicial pode “atrapalhar” ou pregar “partidas” aos políticos em exercício de poder ao mais leve vislumbre de indícios que apontem para irregularidades, opacidades ou situações menos transparentes. Como se sabe António Costa teve de se demitir no âmbito de uma investigação sobre eventuais crimes de corrupção relacionados com projectos de lítio e hidrogénio. Afinal, não houve nenhum crime de corrupção, ou seja, a montanha pariu um rato. Em certa medida o Ministério Público descredibilizou-se, como descredibilizada está a justiça em Portugal O que é certo é que António Costa estará à frente do Conselho Europeu nos próximos dois anos e meio, com o mandato a poder ou não ser renovado. Enquanto foi primeiro-ministro, não resolveu os variados problemas que se arrastam desde há uns anos, principalmente na Justiça, na Educação, na Saúde e noutros sectores e áreas. Apesar deste desempenho negativo como primeiro-ministro, foi “recompensado” com o cargo de Presidente do Conselho Europeu. Saiu-lhe “a sorte grande”. Haverá assim tanto currículo, competência e charme para A. Costa ser presidente do Conselho Europeu?

António Cândido Miguéis, Vila Real

Os malditos da nação

De facto, todos os englobados no título acima epigrafados, não têm medo dos tribunais, uma vez que a justiça não é igual para o pobre e para o rico. Eu fujo dos tribunais como o ‘diabo foge da cruz’, mas há quem deles saia incólume, após avultados crimes cometidos. Vamos a mais um desses exemplos do que acima pretendo demonstrar, que veio agora a público através da comunicação social escrita, que ainda vai descobrindo a ‘carapuça’ a tais conhecidos ‘donos disto tudo’.

O caso prende-se com o concidadão Ricardo Salgado, que, não tendo condições para exercer uma vida normal, acabou de vender um palacete em Cascais, por 14 milhões de euros. Como assim, se ele arruinou a vida de milhares de pessoas, e ainda não foi preso e todos os ‘seus’ bens confiscados?

José Amaral, Vila Nova de Gaia

Porque cresce a direita extrema em França?

Excelente artigo da Clara Ferreira Alves (C.F.A.) no Expresso. Começa a falar de Bordéus e de França no que parece mais um artigo de viagens e termina a explicar como uma cidade magnífica (Bordéus). no espaço de 5 anos. se pode transfigurar para muito pior, porque o poder local foi tomado um sujeito meio anarquista, que detesta o capitalismo e está sobretudo interessado em promover festivais tipo "multiculturais", com gente da América do Sul e África, enquanto a cidade definha e muda para muito pior. A C.F.A. acha que Bordéus vai agora votar em Le Pen... quando dantes votava ao centro. Vou seguir isso com atenção. Se isso se confirmar, temos aqui uma linha de explicação para o crescimento dos partidos de direita extrema. À atenção de Portugal e dos portugueses.

Fernando Vieira, Lisboa

Pôr ordem na casa

Rita Júdice, ministra da Justiça, afirmou que o novo procurador-geral da República deve pôr a casa em ordem. Se for para dar melhores condições de trabalho aos inspetores que lutam contra a corrupção e o tráfico de influências concordo plenamente. Ao invés, se as mudanças que Rita Júdice propõe vai colocar a classe política numa redoma evitando que sejam investigados, então a Justiça é forte para com os fracos e fraca para com os fortes. A Procuradoria-Geral da República não pode depender do poder político reinante.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

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