Cantar Abril para reivindicar um direito que a democracia não cumpriu: a habitação

Quatro técnicos sociais desafiaram utentes dos Albergues do Porto para uma criação conjunta com reportório de músicas de intervenção. Os dias felizes, a esperança e a terapia não-convencional do grupo

Foto
Grupo Cantar Abril ensaia uma vez por semana no albergue na Rua de Miraflor Paulo Pimenta
Ouça este artigo
00:00
08:59

Aos primeiros acordes da música, Bernardino e Abílio juntam os braços e cantam sintonizados. O tema é Traz Outro Amigo Também, de Zeca Afonso, e o momento alegra José António Pinto. “Vê-los a abraçarem-se e a 'curtir' já fez valer a pena. Hoje já não quero mais nada...”, comenta no final do ensaio do projecto ao qual chamou Se Abril se cumprisse o meu tecto não era a rua. José António Pinto é assistente social na Junta de Freguesia de Campanhã, Bernardino e Abílio utentes dos Albergues do Porto. Até há coisa de um mês, antes de um projecto de música de intervenção – e de intervenção através da música – ter chegado à associação, a dupla agora abraçada não tinha laços atados. Entretanto, a música compôs uma amizade. E dias mais felizes.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 1 comentários