Cantar Abril para reivindicar um direito que a democracia não cumpriu: a habitação

Quatro técnicos sociais desafiaram utentes dos Albergues do Porto para uma criação conjunta com reportório de músicas de intervenção. Os dias felizes, a esperança e a terapia não-convencional do grupo

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Grupo Cantar Abril ensaia uma vez por semana no albergue na Rua de Miraflor Paulo Pimenta
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Aos primeiros acordes da música, Bernardino e Abílio juntam os braços e cantam sintonizados. O tema é Traz Outro Amigo Também, de Zeca Afonso, e o momento alegra José António Pinto. “Vê-los a abraçarem-se e a 'curtir' já fez valer a pena. Hoje já não quero mais nada...”, comenta no final do ensaio do projecto ao qual chamou Se Abril se cumprisse o meu tecto não era a rua. José António Pinto é assistente social na Junta de Freguesia de Campanhã, Bernardino e Abílio utentes dos Albergues do Porto. Até há coisa de um mês, antes de um projecto de música de intervenção – e de intervenção através da música – ter chegado à associação, a dupla agora abraçada não tinha laços atados. Entretanto, a música compôs uma amizade. E dias mais felizes.

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