Inglaterra finta destino e destrói sonho eslovaco

Selecção dos “Três Leões” voltou a desiludir, mas escapou à eliminação numa bicicleta de Bellingham, que inspirou e levou Kane à boleia para o prolongamento da salvação.

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A bicicleta de Jude Bellingham que salvou a Inglaterra nos descontos Kai Pfaffenbach / REUTERS
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Kane e Bellingham marcaram os golos da reviravolta inglesa Kai Pfaffenbach / REUTERS
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Declan Rice celebra após o jogo Leon Kuegeler / REUTERS
O eslovaco Duda e o inglês Mainoo em duelo na Arena de Gelsenkirchen
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O eslovaco Duda e o inglês Mainoo em duelo na Arena de Gelsenkirchen John Sibley / REUTERS
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Depois da campeã Itália, esteve à vista a queda de outro candidato ao título de campeão do Alemanha 2024, cenário a que Inglaterra escapou num prolongamento caído do céu, após o 1-1 final. Salvação conseguida in extremis, no último minuto do tempo regulamentar, por Jude Bellingham, mas muito a tempo de destruir o sonho da Eslováquia, que esteve com um pé nos quartos-de-final.

Kane, no primeiro minuto do prolongamento, deu o golpe de misericórdia, com a Inglaterra a fintar o destino, a escapar à extrema-unção e a ganhar mais uma vida, que jogará frente à Suíça, carrasco dos campeões de 2020.

Mas antes do final dramático, um golo de Schranz (25'), o terceiro na prova - que o colocou em igualdade com o alemão Musiala e o georgiano Mikautadze -, esteve na iminência de decidir o terceiro jogo dos "oitavos", partida em que os ingleses voltaram a mostrar-se uma equipa com um alvo pintado nas costas.

Os ingleses entraram em campo pressionados pelas críticas e sem soluções para lidar com outro tipo de pressão, a exercida pelos eslovacos, organizados no seu habitual 4x1x4x1, dirigido pelo maestro Lobtka e, na tarde de Gelsenkirchen, com dois alas, especialmente o esquerdo (Haraslin), a criarem problemas que a equipa de Gareth Southgate não conseguia contornar, deixando Walker e Trippier a caminhar sobre brasas.

No seu 4x2x3x1, Inglaterra foi surpreendida e colocada numa posição ingrata, com um árbitro de pavio curto a punir o central Guéhi (3’) e o jovem Mainoo (7’), condicionando os níveis de agressividade dos britânicos, o que viria a traduzir-se no golo de Schranz (25’), o outro ala, que ganhou o duelo com o central amarelado e cumpriu o que a Eslováquia prometia desde muito cedo.

Nessa altura, apesar da esmagadora posse de bola dos britânicos, os eslovacos já poderiam ter obrigado Pickford a recolher duas bolas no fundo das redes da baliza dos “Três Leões”. A fera tardava a despertar, apesar de duas iniciativas de Bellingham e da irreverência de Mainoo e Saka.

O jogo dos ingleses não podia ser mais previsível e fácil de anular por uma equipa que agradecia a apatia e lentidão de processos do adversário. Mesmo em desvantagem, Inglaterra insistia nos mesmos vícios, sem uma proposta de jogo capaz de desposicionar os experientes eslovacos, que regressaram às cabinas sem que o guarda-redes Dúbravka tivesse precisado de esboçar uma defesa.

Southgate aproveitou o intervalo para recordar que a eliminação ganhava contornos reais, o que levou a equipa a reagir, como se viu nos logo primeiros minutos da segunda parte.

Harry Kane, que já tinha tentado baixar no campo para atrair a marcação e criar espaços para os companheiros, encontrou em apenas cinco minutos o timing e o espaço perfeitos para libertar Trippier e criar a primeira situação real de golo.

O problema esteve no passe do lateral para Phil Foden, que caiu em posição irregular, motivando a invalidação do golo que podia ter dado o click necessário para uma reviravolta que dispensasse toneladas de ansiolíticos.

Inglaterra caminhava para uma depressão sem precedentes e nem mesmo os primeiros sintomas de quebra dos eslovacos afastaram as nuvens negras que se abatiam sobre uma selecção que não falhava os quartos-de-final desde o Euro 2016, quando caiu aos pés da Islândia.

Para adensar as dúvidas, Trippier obrigava Southgate a uma substituição forçada que pouco acrescentava à dura realidade inglesa, com Saka a preencher o território de Trippier e Cole Palmer a puxar um pouco por uma direita sem sinais de Walker.

Harry Kane disporia já perto dos 80 minutos da melhor ocasião, num cabeceamento picado com Dúbravka batido. O avançado do Bayern Munique pecou na direcção e o golo que poderia dar direito a um prolongamento acabou por surgir in extremis, de bicicleta, num golo de Bellingham, aos 90+5'.

Na Arena de Gelsenkirchen podia sentir-se a dor e o vazio em que caiu a Eslováquia, que esteve a um minuto de marcar presença pela primeira vez na história nos "quartos" de um Europeu.

Mas o pior estava reservado para o primeiro minuto do prolongamento, que já se previa tremendamente difícil. Harry Kane aproveitou a boleia de Bellingham e resolveu a eliminatória com um cabeceamento arrasador para a Eslováquia, que ainda tentou forçar o desempate nos penáltis, mas não teve forças para contrariar o destino.

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