Espanha não facilita com a Geórgia e tem encontro marcado com a Alemanha

Depois de terem estado a perder, os espanhóis deram a volta e assinaram uma goleada rumo aos quartos-de-final.

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Nico Williams festeja o seu golo Wolfgang Rattay / REUTERS
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A Espanha apanhou um grande susto contra a Geórgia, mas teve argumentos mais que suficientes para ultrapassar o desafio e reforçar o seu estatuto de candidato ao título no Euro 2014, após vencer por 4-1. Irá agora defrontar a anfitriã Alemanha nos quartos-de-final. Um autogolo colocou os ibéricos em desvantagem, mas a vertigem atacante dos tricampeões europeus chegou e sobrou para evitar surpresas mais nefastas.

Se Portugal resistiu apenas dois minutos à surpreendente Geórgia, na partida que encerrou a fase de grupos - com um erro de António Silva acabando por precipitar o golo adversário -, a Espanha entrou em choque aos 18’, em Colónia, com um autogolo do também defesa central Le Normand. Uma vantagem que os georgianos nada tinham feito para merecer e quando ainda não tinham qualquer remate à baliza de Unai Simon.

Após a primeira subida dos georgianos à área adversária, num contra-ataque conduzido por Kvaratskhelia (autor do primeiro dos dois golos frente a Portugal), o jogador do Nápoles cruzou tenso para a área, com Le Normand pressionado pelo arquitecto do lance, acabou por empurrar involuntariamente para as suas redes.

Unai Simón nada podia fazer para evitar o primeiro golo sofrido pelos ibéricos no torneio, que passaram os primeiros três encontros com a sua baliza inviolada.

Após uma entrada determinada, até fulminante, dos espanhóis, com um ritmo elevado e testando ao máximo a robustez defensiva georgiana, a equipa acusou o golpe e ressentiu-se ao nível da qualidade e definição do seu jogo. O espectro de Marrocos no Mundial do Qatar de 2022, onde eliminou os espanhóis (oitavos) e portugueses (quartos) assombrava na Alemanha.

Mesmo sem grande discernimento e alguma precipitação, os espanhóis acabaram por pegar novamente no encontro, pressionando e criando lances de grande perigo. Na baliza contrária brilhava Giorgi Mamardachvili, guarda-redes do Valência e já uma das grandes figuras do torneio (apesar dos quatro golos sofridos este domingo).

Defendeu tudo, até ser finalmente batido por Rodri, após um remate bem colocado à entrada da área. Faltavam seis minutos para o intervalo e os ibéricos respiravam de alívio, conseguindo aquilo que Portugal foi incapaz em todo o encontro com os georgianos.

O segundo tempo chegou com um novo susto para os espanhóis. Com Unai Simón muito subido no terreno, Kvaratskhelia tentou o chapéu ainda antes do meio campo, aos 48’, mas a bola saiu caprichosamente ao lado. Do outro lado, a resposta foi bem mais fulminante.

Após uma defesa incompleta de Mamardachvili a um livre bem cobrado por Lamine Yamal, o extremo do Barcelona, de 16 anos, ainda conseguiu cruzar da direita para o segundo poste, com Fabián Ruiz finalizar de cabeça.

Em desvantagem pela primeira vez no encontro, os georgianos não esmoreceram. Bem posicionada defensivamente, a equipa orientada pelo francês Willy Sagnol foi dificultando os efeitos práticos da avalanche ofensiva espanhola e procurando, sempre que descobria espaço, a baliza contrária.

O encontro ficaria resolvido aos 75’, após uma veloz transição, que terminou com Nico Williams a fuzilar as redes na cara do guarda-redes georgiano. O 4-1 chegou aos 83’, por Dani Olmo, que tinha entrado aos 52’.

Com nove golos no Euro em quatro jogos, os espanhóis são a segunda equipa mais concretizadora da prova, com nove golos. Menos um dos que a Alemanha, que lidera este ranking e deixa água na boca para o embate entre as duas selecções.

Apesar da pesada derrota e da eliminação, Geórgia assumiu, para já, o estatuto de equipa sensação da prova e logo na sua estreia numa fase final de um grande torneio. De longe, foi o maior feito da história do futebol da nação caucasiana, conhecida na antiguidade clássica como a Ibéria do Oriente.

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