Em Essaouira a música gnaoua transforma-se – e já não é só dos homens

Na sua 25.ª edição, o Festival Gnaoua confirma a sua capacidade de atrair centenas de milhares de pessoas à costa atlântica marroquina. E mostra como, aos poucos, a tradição se abre à mudança.

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Asmaa Hamzaoui subiu ao palco na condição de maâlma, mestre no feminino YASSINE TOUMIL
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O guembri passa-se, por tradição, de pai para filho. O guembri, instrumento fundamental na música gnaoua e uma espécie de baixo ancestral, cuspidor de transe a partir das suas três cordas atacadas com dedos que pisam as mesmas posições, uma e outra e outra vez, enquanto criam melodias circulares e ajudam a um tipo de ascensão espiritual, passa-se de pai para filho. De maâlem (mestre) para futuro maâlem. O maâlem Rachid Hamzaoui, uma referência no mundo gnaoua, passou a tradição à sua filha. O resto foi obra do talento e da perseverança de Asmaa Hamzaoui que passou por cima da inexistência de exemplos femininos no papel cimeiro da sua cultura e fez o seu próprio caminho.

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