O virtuosismo disponível a todos no Festival Internacional de Piano de Oeiras
Entre 30 de Junho e 28 de Julho, entrada livre para recitais de um conjunto de reputados pianistas: Yulianna Avdeeva, Piotr Anderszewski, Yeol Eum Son, Yoav Levanon e Teresa da Palma Pereira.
Existe, por um lado, a vontade de reunir todos os fins-de-semana ao longo de um mês um conjunto de pianistas que dêem expressão em palco ao virtuosismo que o instrumento proporciona. Existe, por outro, o desejo de tornar a fruição dessa experiência aberta a todos, capaz de tanto entusiasmar melómanos experientes como público que ali descobrirá as maravilhas do piano pela primeira vez – daí a entrada gratuita, mediante inscrição prévia. Falamos do Festival Internacional de Piano de Oeiras (FIPO), cuja sétima edição decorrerá entre este domingo e 28 de Julho.
Pelo palco do Auditório Municipal Ruy de Carvalho, em Carnaxide, passarão nomes destacados da arte pianística do nosso tempo, como o são Yulianna Avdeeva, Piotr Anderszewski, Yeol Eum Son e Yoav Levanon. Passarão, antes de todos eles, no arranque do festival, Teresa da Palma Pereira, que é também a directora artística do festival. E que partilha, como o atesta o seu percurso, da dimensão inclusiva, intergeracional e interclassista, que o Festival Internacional de Piano de Oeiras anuncia.
Este domingo, às 18h (horário de todos os recitais), na abertura do festival, vamos ouvir a pianista que, paralelamente ao percurso nacional e internacional que tem desenvolvido, tem procurado levar a música erudita a outros palcos e outros públicos, através, por exemplo, de recitais comentados em espaços como a Livraria Ler Devagar, em Alcântara, ou bairros sociais da Grande Lisboa. Directora artística do festival desde 2018, leva ao Auditório Municipal Ruy de Carvalho um programa formado por peças de Mozart, Chopin, Liszt, Tchaikovsky, Albéniz e Rimsky-Korsakov.
Paralelamente aos concertos, decorrerá durante o festival, no Palácio Flor da Murta, um Curso de Iniciação ao Piano (9 a 12 de Julho) ministrado pela sua directora artística, que será também responsável, com Yulianna Avdeeva, pelas masterclasses que terão lugar, no mesmo local, de 18 a 22 de Julho.
Yulianna Avdeeva será protagonista do recital de 21 de Julho. Revelada mundialmente com o primeiro prémio, em 2010, no Concurso Internacional de Piano Frédéric Chopin, o prestigiado concurso de Varsóvia, colaborou ao longo dos anos com a Filarmónica de Los Angeles, a Orquestra Sinfónica de Viena, a Filarmónica de Varsóvia ou a Orquestra Sinfónica da Rádio de Berlim. No festival, interpretará Chopin e Liszt.
A pianista russa será protagonista do penúltimo concerto do festival. Para o encerrar com chave de ouro, no dia 28 de Julho, chega um dos mais reputados pianistas da actualidade, Piotr Anderszewski. O pianista polaco nascido em 1969 é reconhecido tanto pelo seu virtuosismo como pela forma como faz de cada apresentação um diálogo musical, não só entre si e o compositor interpretado, mas também entre as obras cuidadosamente escolhidas. Dobrando enquanto solista e director de orquestra, conta no seu percurso com actuações em salas como o Konzerthaus de Viena, o Concertgebouw de Amesterdão, a Philarmonie de Berlim ou a Fundação Calouste Gulbenkian, onde este visitante regular dos palcos portugueses actuou em Fevereiro. Traz ao FIPO Beethoven, Szymanowski, Bartok e Bach.
O cartaz do festival completa-se com a sul-coreana Yeol Eum Son (7 de Julho) e com o israelita Yoav Levanon (14 de Julho). Este último é uma estrela em ascensão, talento reconhecido com meros 15 anos, sendo agora considerado, aos 20, um dos mais promissores pianistas do nosso tempo. Iremos ouvi-lo interpretar Bach (segundo as transcrições de Ferruccio Busoni), Chopin, Liszt e Hexensabbat, a peça composta pelo pianista canadiano Marc-André Hamelin que Yoav Levanon estreou no Le Piano Symphonique, em Lucerna, em Janeiro deste ano.
Quanto a Yeol Eum Son, intérprete de Mozart, Haydn, Beethoven Liszt ou Schumann que não se fixa em repertório ou períodos históricos, procurando alargar a sua curiosidade às mais diversas áreas, cruzou-se ao longo da carreira com maestros como Lorin Maazel, Antonio Pappano ou Joana Carneiro e com instituições como Konzerthaus Orchestra Berlin, a Filarmónica de Dresden, a Orquestra Filarmónica da Radio France ou a Filarmónica da BBC. Traz ao FIPO obras de Paderewski, Weissenberg, Friederich Gulda e Earl Wild.