Metro do Porto: injecção de 96 milhões para a Linha Rosa alivia esforço do Estado
Valor da obra continua o mesmo: 304,7 milhões de euros. Anúncio foi feito no dia da inauguração da ampliação da Linha Amarela (Santo Ovídio-Vila d’Este). Até domingo, será grátis viajar neste troço.
Mais 96 milhões de euros de financiamento para concluir a segunda fase das obras da Linha Rosa do Metro do Porto, que ligará a Casa da Música e a Estação de São Bento, no Porto. O anúncio desta dotação foi feito nesta sexta-feira de manhã pelo ministro das Infra-Estruturas, Miguel Pinto Luz, em cerimónia que antecedeu a inauguração do novo troço da Linha Amarela, entre Santo Ovídio e Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia. O valor previsto da empreitada continua o mesmo - 304,7 milhões financiados pelo POSEUR, Fundo Ambiental e Orçamento do Estado. Esta injecção de dinheiro proveniente do programa Sustentável 2030 serve apenas para aliviar o esforço financeiro nacional.
O “tosco” da obra está realizado, adianta Tiago Braga aos jornalistas. Isto quer dizer que os túneis estão praticamente todos abertos. Agora falta o resto. No final das duas cerimónias desta sexta-feira, a primeira na estação do metro de São Bento, a outra na nova estação Manuel Leão, em Gaia, o presidente da Metro do Porto volta a dizer que a Linha Rosa estará concluída em Julho do próximo ano. Estiveram também presentes nos dois momentos o ministro das Infra-Estruturas, a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, e o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues. O nome de Rui Moreira estava na lista de convidados, mas não apareceu.
Miguel Pinto Luz sublinhou que um dos objectivos deste Governo é transformar a Área Metropolitana do Porto (AMP) no “grande pólo do Noroeste da Península Ibérica”. E recordou que já foi reafirmado o “compromisso” para a Alta Velocidade, “nomeadamente Lisboa - Porto e Porto – Vigo” e lembrou ainda estar previsto o aumento da capacidade do aeroporto Francisco Sá Carneiro.
Viagens gratuitas
Sobre as obras em curso e as que já estão terminadas, como é o caso do troço de Vila d’Este, o ministro das Infra-Estruturas afirmou não ter “qualquer pejo” em cortar fitas de obras que vêm do anterior Governo. E sublinhou não ser necessário “refazer tudo o que veio de trás”. A ministra do Ambiente acha o mesmo, e afirma não ter dificuldade em “reconhecer o mérito” dos seus antecessores, que em artigo de opinião publicado nesta sexta-feira no PÚBLICO, assinado pelos ex-responsáveis políticos pela mobilidade urbana nos governos PS, Duarte Cordeiro, João Pedro Matos Fernandes, Eduardo Pinheiro e Jorge Delgado, desejavam que os actuais governantes não se “picassem na tesoura” que já cortou a fita do novo troço da Linha Amarela.
O presidente da Câmara de Gaia e da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, enalteceu a materialização de um “mito”, referindo-se à ampliação desta linha. E assinalou o facto de a obra ter sido realizada assente em critérios de “sustentabilidade financeira”. O presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, Tiago Braga, recordou que nesta parte da linha que, segundo a empresa, vai servir a urbanização onde moram “17 mil pessoas” e passa pelo Hospital Santos Silva, viaja-se gratuitamente até domingo. A partir de segunda-feira será aplicado o tarifário em vigor.