Número de dias com temperaturas acima dos 35ºC aumenta nas capitais mais quentes do mundo

Mais de 300 milhões de pessoas vivem nas 20 capitais mais populosas do mundo, onde estão vulneráveis ao aumento das temperaturas, uma vez que o asfalto e os edifícios absorvem e retêm o calor.

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Só em Deli, registou-se a mais longa e mais grave vaga de calor dos últimos 74 anos, com 39 dias consecutivos de temperaturas máximas iguais ou superiores a 40ºC entre 14 de Maio e 21 de Junho Adnan Abidi/REUTERS/ARQUIVO
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O número de dias que atingem os 35 graus Celsius de temperatura máxima em 20 das maiores capitais do mundo — de Deli a Jacarta e Buenos Aires — aumentou 52% nas últimas três décadas, segundo uma análise efectuada por um think thank. Mais de 300 milhões de pessoas vivem nas 20 capitais mais populosas do mundo, onde são particularmente vulneráveis ao aumento das temperaturas provocado pelas alterações climáticas, uma vez que o asfalto e os edifícios absorvem e retêm o calor.

Este ano, capitais como Deli, Daca e Manila já foram afectadas por ondas de calor perigosas, que provocaram uma série de mortes relacionadas com o calor e o encerramento de escolas.

Só em Deli, registou-se a mais longa e mais grave vaga de calor dos últimos 74 anos, com 39 dias consecutivos de temperaturas máximas iguais ou superiores a 40ºC entre 14 de Maio e 21 de Junho, de acordo com os dados das estações meteorológicas.

Agora, uma análise efectuada pelo Instituto Internacional para o Ambiente e Desenvolvimento (IIED), com sede em Londres, quantifica a ameaça crescente do calor extremo em alguns dos maiores centros urbanos do mundo.

Utilizando dados sobre a temperatura à superfície das estações meteorológicas dos aeroportos, os investigadores concluíram que, entre 2014 e 2023, se registaram cerca de 6500 dias cumulativos, ou ocorrências únicas, em que uma das 20 cidades atingiu temperaturas de 35ºC ou superiores. Na década de 1994 a 2003, registaram-se apenas 4755.

"Sabemos que o tempo quente não se faz sentir de forma homogénea nas cidades", afirmou Tucker Landesman, investigador do IIED. "As ilhas de calor extremo são mais prováveis em certos tipos de bairros e distritos comerciais. Isto está ligado à desigualdade e à forma como concebemos os edifícios e as infra-estruturas públicas".

Jacarta, na Indonésia, registou o maior aumento absoluto do número de dias com temperaturas superiores a 35ºC, passando de 28 dias entre 1994 e 2003 para 167 na década mais recente. Seul, na Coreia do Sul, passou de nove dias para 58, enquanto Buenos Aires passou de sete dias para 35.

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