Israel prepara reforço militar na fronteira com o Líbano

Comando do Norte do Exército israelita realizou exercícios de preparação para “cenários extremos”, supervisionados por Benjamin Netanyahu.

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Palestinianos fogem das suas casas após a operação militar de Israel no bairro de Shejaiya, na Cidade de Gaza DAWOUD ABU ALKAS / REUTERS
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Israel está a preparar o envio de mais tropa para o Norte do país, junto à fronteira com o Líbano, segundo o jornal inglês The Guardian. As forças pertencentes ao comando do Norte realizaram, na quarta-feira, exercícios envolvendo cenários “extremos”, que foram supervisionados pelo primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu. "Os nossos soldados estão determinados e dedicados à missão - defender o país e alcançar a vitória, nada menos”, afirmou Netanyahu numa mensagem publicada na conta oficial de Israel na rede social X.

As movimentações acompanham a crescente tensão entre Israel e o Líbano depois dos ataques do Hamas a 7 de Outubro de 2023. Os bombardeamentos de Israel sobre alvos do Hezbollah no outro lado da fronteira e os disparos de rockets por parte do grupo xiita apoiado pelo Irão já causaram 400 mortes no Líbano, incluindo vários civis, e a morte de 19 soldados e 11 civis em Israel.

Imagens de satélite a que a agência noticiosa Reuters teve acesso mostram a vila libanesa fronteiriça de Aita al-Shaab em ruínas depois de meses de bombardeamentos constantes e que levaram à fuga de 13.500 residentes.

O porta-voz do exército israelita Nir Dinar afirmou à Reuters que os ataques foram em autodefesa, devido à utilização das “infra-estruturas civis” por parte do Hezbollah como esconderijo, algo que fez, segundo o representante israelita, com que a região se tornasse “inabitável”.

Israel avança com tanques na Cidade de Gaza

Na Faixa de Gaza, as tropas israelitas realizaram um ataque ao bairro de Shejaiya na Cidade de Gaza, tendo causado, segundo as autoridades de emergência civil palestinianas, a morte de sete pessoas.

À Reuters, Mohammed Jamal, residente no bairro, conta que foi surpreendido pelos novos ataques e pelos estrondos causados pelos tanques israelitas que avançavam sobre a região.

“Parecia que a guerra estava a recomeçar, uma série de bombardeamentos que destruíram várias casas na nossa zona e abanaram os edifícios”, disse Jamal.

O porta-voz do Exército israelita Avichay Adree, responsável pelas comunicações em árabe, pediu aos habitantes que saíssem do bairro e se deslocassem para a “zona humanitária”, localizada a sul, justificando os ataques com a existência de esconderijos de combatentes do Hamas em zonas com civis.

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