Rendas caem mais de 3% no início do ano, novos contratos batem recorde

Apesar da queda registada no primeiro trimestre deste ano, as rendas mantêm-se em níveis historicamente elevados por todo o país, chegando a ser mais do dobro em Lisboa, o município mais caro.

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Valor mediano das rendas fixou-se em 7,46 euros por metro quadrado no primeiro trimestre Manuel Roberto
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Ao fim de mais um ano de aumentos significativos, as rendas habitacionais registaram uma queda no início de 2024, em relação ao trimestre anterior. O movimento é explicado, sobretudo, pelas quedas de preços nas grandes cidades, que ocorreram num contexto marcado pelo aumento de novos contratos verificado no período em análise. Apesar desta diminuição das rendas, que foi superior a 3%, os valores mantêm-se em níveis historicamente elevados.

Os dados foram publicados, nesta quinta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que indica que, no primeiro trimestre de 2024, o valor mediano das rendas de novos contratos de arrendamento fixou-se em 7,46 euros por metro quadrado. Este valor ainda representa um aumento de 10,5% face a igual período do ano passado, mantendo-se a tendência de subidas homólogas que se verificam há vários trimestres consecutivos. Contudo, a renda mediana agora verificada corresponde a uma queda de 3,2% face ao último trimestre de 2023 – esta é a maior queda trimestral já registada pelo INE desde o início desta série estatística, que recua até ao início de 2020.

Esta queda trimestral de preços acontece numa altura em que se observa um crescimento do mercado. No primeiro trimestre do ano, foram celebrados 25.472 novos contratos de arrendamento habitacional, um número que corresponde a uma subida de 0,9% face a igual período do ano passado e de 7,8% em relação ao trimestre anterior. Este é, também, o número mais elevado de novos contratos celebrados num só trimestre já registado pelo INE.

A queda trimestral das rendas foi uma tendência transversal a uma parte significativa do território nacional, mas o movimento foi evidente, sobretudo, nas grandes cidades, onde os preços se mantiveram, ainda assim, muito acima da mediana nacional. Considerando o conjunto dos municípios com mais de 100 mil habitantes, o valor mediano das rendas fixou-se em 9,94 euros por metro quadrado, o que corresponde a uma subida de 10,3% face a igual período do ano passado, mas a uma queda de 3,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Entre estes municípios, as maiores quedas, superiores a 14% em ambos os casos, verificaram-se em Gondomar e no Funchal. Já em Coimbra, Matosinhos e Maia, o valor mediano das rendas caiu em torno de 9%.

Lisboa e Porto, por seu lado, resistiram à tendência de descidas acentuadas verificada nas restantes cidades de maior dimensão e também viram os preços a cair. Na capital, o valor mediano das rendas fixou-se em 15,25 euros por metro quadrado (mais do dobro da mediana a nível nacional), uma queda de cerca de 1,7% em relação ao trimestre anterior, enquanto no Porto as rendas caíram 1,1% e fixaram-se num valor mediano de 12,12 euros por metro quadrado.

Ainda assim, e ao contrário do que aconteceu no resto do país, o crescimento do mercado foi menos evidente. No período em análise, foram celebrados 12.795 novos contratos de arrendamento nos municípios com mais de 100 mil habitantes (o equivalente a metade dos contratos celebrados em todo o país). Este número corresponde a uma subida de cerca de 5% em relação ao trimestre anterior, mas a uma diminuição de 1,2% face a igual período do ano passado.

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