Liga dos Bombeiros pede reunião à ministra por causa de dificuldades nas urgências

António Nunes diz que bombeiros estão a demorar em média, entre 20 a 30 minutos, com “um doente dentro da ambulância, em casa ou no local do sinistro” para saberem qual a urgência para onde devem ir.

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Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Antonio Nunes, sublinhou que constrangimentos nas escalas não são apenas em ginecologia, obstetrícia e pediatria MIGUEL A. LOPES
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A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) alerta para as dificuldades das corporações dos bombeiros devido aos constrangimentos nas urgências hospitalares que obrigam as ambulâncias a demorarem por vezes o dobro do tempo no transporte de doentes.

Em declarações à Lusa, o presidente da LBP chamou a atenção para esta situação "complicada e desesperante", uma vez que as urgências hospitalares "estão a fechar com uma irregularidade muito grande e os bombeiros não sabem em concreto quais as urgências" a funcionar.

"Os doentes estão a ser encaminhados quase caso a caso, isto é complicado e desesperante", disse António Nunes, afirmando que os bombeiros estão a demorar em média, entre 20 a 30 minutos, com "um doente dentro da ambulância, em casa ou no local do sinistro" para saberem qual a urgência para onde devem fazer o transporte.

O presidente da LBP avançou que a Liga já pediu uma reunião à ministra da Saúde e vai também pedir uma reunião com urgência ao novo director executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sobre esta "situação complicada".

António Nunes sublinhou que os constrangimentos nas escalas urgências não são apenas em ginecologia, obstetrícia e pediatria, mas sim em outras especialidades, como traumatologia, AVC e anestesia e frisou que a situação se tem vindo a agravar em várias regiões do país.

"Actualmente deixamos de ter o hospital de referência. Os bombeiros deslocavam-se para o hospital da área de residência, isso hoje já não existe. Temos que esperar que o CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes do INEM] faça a referenciação. Isto é muito complicado para os bombeiros, terem um doente dentro de uma ambulância 20 ou 30 minutos para saber para onde vai", precisou.

António Nunes afirmou também que os bombeiros ao demorarem "o dobro do tempo" no transporte de um doente "obriga ao empenho de mais recursos".

"O aumento de recursos humanos aplicados à saúde não é desejável numa altura de fogos como esta", lamentou.

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