Jornais portugueses proibidos por Moscovo repudiam “atentado à liberdade de informação”

A Rússia anunciou na terça-feira que vai proibir o acesso no país a 81 meios de comunicação social europeus, incluindo RTP, PÚBLICO, Expresso e Observador.

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Proibição foi anunciada pelo ministro russo Serguei Lavrov esta terça-feira MAXIM SHIPENKOV
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RTP, PÚBLICO, Expresso e Observador repudiaram esta quarta-feira a decisão da Rússia de bloquear o acesso, no seu território, a estes meios de comunicação, considerando-a "atentatória da liberdade de informação" e apelando "ao levantamento destas restrições".

"Quaisquer que sejam as suas motivações, não podemos deixar de lamentar e condenar esta atitude que constitui uma limitação grave à liberdade de informar e de ser informado, pressuposto básico do Estado de direito e das democracias", pode ler-se, numa tomada de posição conjunta assinada pelos directores de informação da RTP, PÚBLICO, Expresso e Observador.

A Rússia anunciou na terça-feira que vai proibir o acesso por Internet no país a 81 meios de comunicação social europeus, incluindo estes quatro media portugueses.

A medida visa retaliar a decisão da União Europeia (UE) de proibir "qualquer actividade de radiodifusão" aos meios de comunicação social russos RIA Novosti, Izvestia, Rossiyskaya Gazeta e Voice of Europe, que entrou terça-feira em vigor, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, chefiado por Serguei Lavrov.

As restrições abrangem meios de comunicação social da UE "que divulgam sistematicamente informações falsas sobre o desenrolar" da "operação militar especial" (como designada pelo Kremlin) na Ucrânia, disse o Ministério num comunicado divulgado online.

Também na terça-feira, o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, condenou a decisão russa, através da rede social X: "Portugal repudia fortemente a decisão da Federação Russa (...). Em defesa da liberdade de expressão, a nossa solidariedade com o jornalismo livre."

A vice-presidente da Comissão Europeia, Vera Jourova, também defendeu que o bloqueio pela Rússia representa "represálias absurdas" pelas medidas tomadas pela UE contra media russos.

Desde o início da guerra, a UE proibiu as emissões de canais russos como o RT no espaço europeu por considerar que difundiam propaganda de Moscovo e desinformação.

As novas restrições foram aprovadas pelo Conselho Europeu em 17 de Maio e mereceram as medidas retaliatórias agora anunciadas pela diplomacia de Moscovo.