Checos “elogiam” Arda Güler para espicaçar Turquia

Vincenzo Montella rebate críticas e garante não haver diferendo com o jovem médio do Real Madrid.

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Ivan Hasek elogiou Arda Güler, que Vincenzo Montella tirou do onze frente a Portugal Wolfgang Rattay / REUTERS
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Com o primeiro lugar do Grupo F atempadamente reservado pela selecção portuguesa, República Checa e Turquia lutam, esta quarta-feira (20h, SPTV2), em Hamburgo — cientes de que a Geórgia não deverá constituir problema de última hora — pelo segundo lugar e respectivo apuramento directo para os oitavos-de-final. À Turquia, com os três pontos garantidos frente aos georgianos (3-1), bastará um empate para marcar encontro, a 2 de Julho, em Leipzig, com a Áustria, vencedora do Grupo D (que apurou França e Países Baixos).

Mas, o melhor exemplo de que ninguém está imune nem pode considerar-se seguro neste Euro só porque a teoria o sugere, é mesmo o feito dos austríacos na tarde de ontem em Berlim. Daí que a selecção dirigida pelo italiano Vincenzo Montella (antigo avançado de Sampdoria e Roma, que treinou Fiorentina, Sampdoria, AC Milan e Sevilha) — mesmo abalada pelo choque com Portugal —, perceba que terá de provar em campo, apesar do ruído externo, o ligeiro favoritismo.

Ivan Hasek, seleccionador da República Checa, que precisa de uma vitória para evitar despedir-se prematuramente da Alemanha, optou por elogiar o “fabuloso pé esquerdo” de Arda Güler, o médio de 19 anos do Real Madrid que “destronou” Cristiano Ronaldo ao tornar-se no mais jovem a marcar na estreia num Campeonato da Europa.

Uma declaração que pode não ser completamente inocente, isto se não ignorarmos a “polémica” que estalou na selecção turca depois da goleada de Dortmund, com Montella a ter que rebater as críticas e a garantir a inexistência de problemas com Arda Güler, remetido para o banco frente a Portugal, supostamente por questões físicas.

“Não estava em condições de jogar muito tempo”, defendeu, remetendo mais explicações para o departamento médico que, juntamente com o jogador, levou o seleccionador a poupar Güler no encontro com Portugal, para evitar correr riscos.

“Agora está disponível. Se ficar de fora, será por razões técnicas!”, garantiu Montella, que entre apelos à união lembrou que está tudo nas mãos da selecção turca.

Tudo, excepto o que a República Checa for capaz de apresentar depois de ter complicado ao máximo a missão da selecção portuguesa no jogo de estreia, resolvido com uma reviravolta conseguida com um golo de Francisco Conceição (2-1) em período de compensação (90+2’).

Mas Hasek precisará de algo mais do que uma “expressão” de póquer para abater os turcos, a quem, bastará um ponto para tirarem os checos do caminho, independentemente do que a Geórgia fizer frente a Portugal.

Mais a sério, Hasek assume que falhar os “oitavos” será um fracasso. E nem o histórico negativo com os turcos, em fases finais de Europeus (derrotas em 2008 e 2016) servirá de consolo a uma selecção que atingiu os quartos-de-final em 2020 e em 2012 e que rejeita o destino das edições de 2000, 2008 e 2016, onde não foi além da fase de grupos.

“É o jogo mais importante desde que sou seleccionador”, garante, pleno de confiança.

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