Inglaterra não deslumbra, Eslovénia não se desfaz

Empate sem golos deixa ingleses no primeiro lugar do grupo e confirma apuramento dos eslovenos para os oitavos-de-final, onde poderão defrontar a selecção portuguesa.

Foto
A festa eslovena em Colónia Lee Smith / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
02:57

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

A oscilar entre o razoável e o medíocre, a Inglaterra lá conseguiu terminar a fase de grupos do Euro 2024 sem perder, depois de um empate sem golos frente à Eslovénia em Colónia.

Com este empate, os ingleses chegaram aos cinco pontos e ficaram em primeiro no Grupo C, marcando encontro nos oitavos-de-final a 30 de Junho, em Gelsenkirchen, com Países Baixos ou Eslováquia, enquanto os eslovenos, com este seu terceiro empate, também garantem um lugar nos “oitavos” como um dos melhores terceiros (e deixa a Croácia de foram do Euro) e é um adversário possível de Portugal em Frankfurt, na próxima segunda-feira.

Com o melhor que a Premier League tem para oferecer, a Inglaterra tem obrigações, de ganhar e deslumbrar. É isso que o mundo espera e, em particular os seus adeptos, infinitamente optimistas de que será desta que conseguem levar a bola para casa. Mas, diz a verdade básica da bola, 11 craques não fazem uma equipa e não jogam sozinhos – precisam de estrutura táctica e estratégica. Isto é a Inglaterra de Gareth Southgate.

A Eslovénia é exactamente o contrário: zero jogadores da Premier League, mas isso não quer dizer que não sejam bons. Só que a sua força é outra: os eslovenos são mais do que a soma das suas partes.

No enigma do enquadramento dos jogadores que tem, Southgate finalmente abdicou da adaptação de Alexander-Arnold e alinhou um meio-campo mais normal, com Gallagher ao lado de Rice numa tentativa de encurtar espaços entre sectores e manter a pressão em cima do adversário. Só que a Eslovénia, como já se tinha visto nos jogos anteriores, é um modelo de organização e solidariedade para qualquer equipa. Sabe o que fazer em todos os momentos.

Não foi uma grande Inglaterra na primeira parte. Teve as suas aproximações, ora por Saka, ora por Foden, Kane bem recuava para criar confusão, mas nada. A Eslovénia era um bloco. Aos 20’, os ingleses ainda celebraram um golo de Saka, num encosto à boca da baliza após passe de Foden, mas a jogada foi anulada por fora de jogo do homem do Manchester City. E aos 40’, um bom cruzamento de Trippier quase encontrou a cabeça de Gallagher, mas o médio do Chelsea não chegou – nem Kane, que falhou a emenda ao segundo poste.

A Inglaterra estava bloqueada. A Eslovénia estava segura e espreitava sempre uma oportunidade para servir os voluntariosos avançados Sporar e Sesko. Para a segunda parte, Southgate meteu em campo Mainoo, o ainda adolescente do Manchester United e a selecção dos três leões respondeu positivamente à presença do jovem, mais pressionante e mais assertiva, mas os ingleses continuam bom um bloqueio de ideias perante o bloqueio esloveno.

A verdade é que a Inglaterra, apesar de mais assertiva, não criou grandes problemas a Jan Oblak, que até teve uma noite relativamente tranquila – excepto no tempo de compensação, em que teve de sujar os calções para travar um remate do recém-entrado Cole Palmer, após uma jogada que passou por Mainoo e Kane. Para os eslovenos, este empate o terceiro em três jogos, vale por uma vitória e por uma continuidade certa no Euro. Quanto aos ingleses, o melhor que tiraram deste é que não perderam e que, por enquanto, evitam os outros favoritos.

Sugerir correcção
Comentar