França de “serviços mínimos” coloca-se na rota de Portugal

Com mais uma exibição sofrível, os franceses empataram com a Polónia, terminaram o Grupo D na segunda posição e podem defrontar a selecção portuguesa nos quartos-de-final.

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A França voltou a desiludir no Europeu 2024 Bernadett Szabo / REUTERS
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Ao terceiro jogo, nada de novo. A França terminou a fase de grupos do Campeonato da Europa com o objectivo cumprido - estará nos oitavos-de-final -, mas mostrou sempre muito pouco e os “serviços mínimos” dos vice-campeões empurram-nos para a segunda posição do Grupo D e para a rota de Portugal: se portugueses e franceses vencerem a 1 de Julho, defrontam-se nos quartos-de-final. Em Dortmund, perante uma Polónia já eliminada, o jogo ficou decidido por dois penáltis na segunda parte: Mbappé e Lewandowski fizeram os golos do empate final (1-1).

O retrato das primeiras jornadas do Euro 2024 tinha mostrado uma França fiel ao perfil que Didier Deschamps incutiu aos “les bleus”. Alicerçando o plano de jogo na solidez defensiva e na robustez do meio-campo, onde Kanté, Tchouaméni e Rabiot são o garante da fiabilidade da mais alta relojoaria suíça, o seleccionador gaulês confia que o talento dos avançados faça depois a diferença. Porém, neste Europeu, tem havido muito pouco Dembélé e Mbappé, e, sem uma referência fixa na área, a França continua a mostrar pouco poder de fogo no seu ataque.

As contas do Grupo D antes do início da última jornada garantiam que o encontro em Dortmund seria o último da Polónia no Alemanha 2024, mas, para a França, ainda havia cálculos a fazer.

Embora já tivessem o apuramento assegurado, os franceses podiam cair para a terceira posição e defrontar a Espanha já nos oitavos-de-final. Por isso, Deschamps não fez qualquer gestão, limitando-se a uma poupança cirúrgica: Griezmann ficou no banco até ao minuto 61.

Sem o luso-descendente, que na equipa de Deschamps joga com total liberdade, assumindo um papel de enorme relevo, a aposta para completar o trio de avançados franceses recaiu em Barcola – o extremo do PSG ainda não tinha sido utilizado.

Os primeiros 45 minutos foram, no entanto, desinteressantes. Com a Polónia a jogar de forma descomplexada, mas confirmando que foi das mais selecções mais frágeis da prova, a responsabilidade recaiu por inteiro sobre os ombros dos franceses, que apenas conseguiram criar um par de boas oportunidades de golo, todas bem resolvidas pela qualidade de Skorupski, guarda-redes do Bolonha.

Com tudo a zero a meio da partida, Deschamps optou por não mexer ao intervalo, mas o arranque dos últimos 45 minutos mostrou outra atitude por parte dos vice-campeões do mundo. Num par de minutos (49’ e 50’), Mbappé esteve muito perto de marcar e, se de bola corrida os franceses não encontravam soluções, aos 55’, de forma sagaz, Dembélé soube conquistar uma grande penalidade, que Mbappé não desperdiçou: ao 6.º jogo, o capitão da França marcou pela primeira vez em Europeus.

A vantagem parecia dar algum conforto aos franceses, mas jogando sempre com demasiada passividade a equipa de Deschamps permitiu que a Polónia ganhasse confiança, começasse a criar perigo e chegasse ao que queria: aos 77’, Upamecano fez falta na área e permitiu que, à segunda tentativa, Lewandowski conquistasse o golo e o empate que atenua o fraco Europeu da Polónia.

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