Bélgica forçada a desarmar bomba-relógio frente à Roménia

“Diabos vermelhos” estão obrigados a vencer para poderem repor a ordem natural no Grupo E, que pode chegar à terceira ronda com as quatro selecções empatadas.

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Capitão belga, Kevin de Bruyne, lidera "diabos vermelhos" frente à Roménia Lee Smith / REUTERS
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A impensável derrota com a Eslováquia no arranque do Euro, somada à conjugação dos resultados entretanto verificados no Grupo E (com a segunda ronda a meio), deixa a Bélgica, terceira selecção no ranking FIFA — e natural favorita ao triunfo no grupo —, numa situação altamente comprometedora no Alemanha2024.

Depois da reviravolta que ontem garantiu o triunfo e a redenção da Ucrânia, os belgas estão agora ainda mais pressionados para superarem, esta noite, em Colónia, a ameaça Roménia. Essencialmente para evitar o último lugar à entrada da ronda decisiva e, com ele, uma perspectiva bem mais negra relativamente ao que o futuro pode ainda reservar aos “diabos vermelhos” neste torneio.

Pela frente, para além de uma Roménia animada pela maior goleada conseguida após as cinco anteriores fases finais de Campeonatos da Europa disputadas pela selecção dos Cárpatos, a Bélgica terá o espectro de uma possível saída precoce de cena, o que, curiosamente, sucedeu pela última vez há 24 anos, quando Bélgica e Países Baixos organizaram a competição.

Mais curioso é o facto de ter sido nesse ano que a Roménia ultrapassou, pela única vez na história de Europeus, a fase inicial, qualificando-se em segundo no grupo da “morte”: de Portugal, Inglaterra e Alemanha... de má memória para britânicos e germânicos.

A juntar ao trauma provocado pelos eslovacos, a Bélgica terá ainda de superar o fantasma do Qatar2022, quando caiu no grupo de Marrocos, Croácia e Canadá, então sob o comando do agora seleccionador português Roberto Martínez.

É verdade que desde o Mundial, a Bélgica só voltou a perder no Euro... um péssimo timing. Para desdramatizar, até porque o futebol é fértil em situações que fariam corar o próprio Houdini, basta seguir o exemplo da Ucrânia para desarmar uma autêntica bomba-relógio e colocar gelo na euforia romena, tal como sucedeu ontem à Eslováquia em Dusseldorf, já com os oitavos-de-final à vista.

Sem mais surpresas de tomba, admite-se que a Bélgica possa mesmo retomar o trilho certo e colocar o Grupo E em ponto de rebuçado, com toda a gente empatada com três pontos e com possibilidades de apuramento.

E, se por ventura for uma vitória por dois golos, os belgas poderão, inclusive, assumir automaticamente o lugar que lhes estava teoricamente reservado, bem no topo da pirâmide.

Atentos e indiferentes ao 47.º lugar do ranking FIFA ou às casas de apostas que parecem não acreditar muito em surpresas, a selecção de Iordanescu tem apenas de alhear-se das distracções e focar-se no que pode fazer em campo, onde pode assumir diferentes formas e estratégias para contrariar o talento do futebol belga.

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