Ciclo Sem Fronteiras regressa em Julho à Fonoteca do Porto

Segunda edição do programa apresentado pelo compositor Cândido Lima terá como convidados a dupla Inês Tartaruga Água e Xavier Paes, e ainda Polido e Susana Santos Silva.

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Compositor Cândido Lima PEDRO JUNQUEIRA MAIA
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O ciclo Sem Fronteiras, co-produzido pela Fonoteca Municipal do Porto e pela Matéria Prima, e que tem como anfitrião o compositor e divulgador musical Cândido Lima, regressa em Julho, em três sábados consecutivos, tendo como convidados, nesta segunda edição, a dupla de artistas plásticos transdisciplinares composta por Inês Tartaruga Água e Xavier Paes, cujo trabalho articula som, performance e imagem, o músico e artista transdisciplinar Polido e a trompetista e compositora Susana Santos Silva, uma das vozes reconhecidamente mais originais do jazz contemporâneo e da música improvisada.

Conhecido pelos programas que apresentou na RTP após o 25 de Abril, todos eles gravados nos estúdios do Porto – Sons e Mitos (1978), Fronteiras da Música (1982) e No Ventre da Música (1983) –, Cândido Lima não só mantém, neste Sem Fronteiras, o objectivo que já então o norteava de dar a conhecer as várias estéticas musicais do presente e respectivos protagonistas, mas adopta também um formato semelhante ao dessas transmissões televisivas, propondo “conversas, apresentações dos convidados, escuta de obras e deambulações sobre diferentes temas musicais”, anuncia a organização do ciclo.

As sessões, de entrada livre, terão todas lugar na Fonoteca Municipal do Porto (Rua de Pinto Bessa, 122 –Armazém 12), sempre às 17h00, e o programa inicia-se no próximo dia 6 de Julho com Inês Tartaruga Água e Xavier Paes, dois artistas que colaboram regularmente desde 2015 e que fundaram juntos o colectivo REFLUXO e o projeto DIES LEXIC. Água e Paes “mergulham nas potencialidades de canalização do som, navegando por espectros, paisagens sonoras etéreas e zonas de subducção sónica, misturando as suas explorações individuais numa prática artística coesa onde criam instrumentos electro-acústicos, objectos sonoros, electrónicos e processos de composição enraizados na repetição, no caos e no erro”, resume a organização do Sem Fronteiras, lembrando que a dupla tem mostrado o seu trabalho em festivais como o OutFest ou Ponto d’Orvalho, mas também no Museu de Serralves, no Porto, e em diversas instituições dos Países Baixos, como o OCCII ou o Vondelbunker, em Amesterdão, e o Stichting Centrum, em Haia.

No sábado seguinte, dia 13, o convidado de Cândido de Lima será Polido, um artista da Marinha Grande que parte de gravações pessoais e samples para construir “narrativas surreais para espaços concretos”. Polido dirige ainda a editora Projecto de Vida e a sua música tem sido editada com os selos da Holuzam, Bus Editions e Lynn. Os seus “concertos, colagens sonoras, sessões de escuta e instalação” têm sido apresentados, por exemplo, no MAAT, em Lisboa, ou no Batalha Centro de Cinema, no Porto, mas também no Institute of Contemporary Arts, em Londres ou na Bienal de Arte Contemporânea de Berlim, na qual participou em 2022.

Esta nova edição de Sem Fronteiras – a primeira aconteceu em Outubro do ano passado e contou com os músicos Diogo Tudela, Inês Malheiro e Gustavo Costa – fechará no dia 20 com Susana Santos Silva, que a revista norte-americana Downbeat descreveu como “uma das mais empolgantes improvisadoras do mundo”, e cujas influências vão da música clássica e contemporânea ao jazz.

No final de 2022, lembra o Sem Fronteiras, Susana Santos Silva editou pela chancela sueca Thanatosis o seu quarto disco a solo, All The Birds and a Telephone Ringing, no qual "explora extensivamente o uso de gravações de campo”, e tem vindo a colaborar, em diversos formatos, com músicos como Fred Frith, Torbjörn Zetterberg, Hampus Lindwall, Kaja Draksler, Mette Rasmussen ou Ada Rave. Nos últimso anos tem ainda trabalhado com o compositor e multi-instrumentista americano Anthony Braxton, e integra desde 2022 o Ictus Ensemble, na Bélgica, dedicado à música experimental.

Para esta segunda edição do Sem Fronteiras foi encomendada uma nova obra musical a Cândido Lima, que será também apresentada nesta terceira e última sessão do ciclo.

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