À descoberta de Carlos Portugal, voz crua e desalinhada dos nossos anos 1960
Cantando à margem da renovação da música portuguesa, letrista no lançamento de Paulo de Carvalho a solo, produtor muito activo. Cinco décadas depois de se despedir da música, tempo de o reencontrar.
“Mas o que estás tu aí a fazer, parado, de mãos vazias, no fundo da escadaria? Que queres tu, rapaz?... Que queres tu?...”. A pergunta surgia na contracapa do primeiro álbum, diálogo de si para si assinado pelo músico com nome inscrito na capa. “Não sei. Espero. Espero por uma mão, um olhar que leve acima”, escreve. O seu nome é Carlos Portugal. Lemos: “E a minha guitarra, os meus vinte anos que a fizeram tão cansada, tão cheia dos meus lamentos… não é o tempo dela, nem o meu tempo”. Mas era o tempo dele. Era 1968.
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