FNAC LIVE: Um ponto de encontro da música portuguesa

No 1 de Junho, várias gerações de artistas reuniram-se à beira Tejo, e proporcionaram ao público momentos inesquecíveis, com uma das melhores coisas da nossa cultura — a música.

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A mais recente edição do FNAC Live – a 12.ª edição – arrancou, como já é hábito, nos Jardins da Torre de Belém, pelas 15 horas, com a entrega de prémios do Concurso Novos Talentos FNAC 2024. Com um sol e calor característicos da época, continuou pela tarde e noite dentro com actuações de artistas como Pedro Abrunhosa, Jorge Palma, Lura, The Legendary Tigerman, Cara de Espelho, Chico da Tina e muitos outros.

A nossa música está de boa saúde e recomenda-se

À conversa com alguns artistas, o orgulho com que falaram da importância destes eventos e dos mesmos terem cada vez mais visibilidade, foi notório.

Os portugueses ouvem muita música e estão cada vez mais a ouvir música portuguesa. Portanto, este tipo de eventos também são uma maneira de aproveitar esse público – que existe e é muito – e agregá-lo para que os aplausos sejam mais audíveis e para se fazerem eventos de maiores dimensões como é este” enfatizou Maria Antónia Mendes, vocalista da banda Cara de Espelho.

Para LURA, artista nascida em Lisboa e com descendência cabo-verdiana, esta é também uma questão importante. “Quero cada vez mais cantar em português, a língua portuguesa é a minha língua oficial. Todas as vezes que eu canto lá fora, as pessoas ficam encantadas com a língua portuguesa. E porque não, aqui, nós valorizarmos a nossa língua?”, explicou.

Além do papel principal atribuído à língua portuguesa, também alguns artistas fizeram questão de evidenciar as suas causas em palco e provaram que a música não serve só para entreter. A actuação de LURA foi um exemplo disso. Pelo meio da sua habitual alegria e vida em palco, conseguiu dar voz ao que a move. “Eu tenho uma voz, tenho um microfone, tenho essa liberdade para apelar à paz e para apelar a outras temáticas como a empatia, a força e a importância da mulher na sociedade, a inclusão, a capacidade que todos nós temos de nos aceitarmos, independentemente das diferenças", colmatou.

Todas as gerações? Presentes!

A dinâmica dos concertos aconteceu num registo non stop, entre o palco principal e o palco Novos Talentos FNAC. O primeiro com nomes já consagrados do panorama musical português, e o segundo com os mais novos talentos. Esta mistura de gerações foi um dos pontos altos do festival, que se fez notar até no backstage.

“Os artistas que estão a começar agora sentem uma certa dificuldade em entrar; e nós, os que já cá andamos há mais tempo, também sentimos que nos estamos a descolar de uma nova geração. Portanto, este tipo de simbiose é muito importante para os dois lados”, afirmou Carlos Guerreiro, um dos seis membros que compõem os Cara de Espelho.

A colega de grupo, Maria Antónia Mendes – também conhecida por Mitó – acrescentou ainda: “Só neste backstage onde estamos há algumas horas, já aqui reencontrámos ou conhecemos artistas novos, e eu já ouvi conversas como “tenho de fazer uma música contigo”. É uma oportunidade para estarmos todos juntos, sem dúvida”.

E como para grandes artistas são precisos grandes públicos, o do FNAC Live não desiludiu. Uns foram por acaso, outros sabiam bem aquilo que não podiam perder. Em família, sozinhos ou entre amigos, dos mais velhos aos mais pequeninos. O público, que também reuniu várias gerações, esteve receptivo do início ao fim e pintou o relvado dos Jardins de Belém com muitos momentos de dança, partilha e boa disposição como um bom festival pede.

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