Montenegro chama todos os partidos a contribuírem para o Orçamento

A partir de Bruxelas, onde esteve a participar na cimeira do PPE e num encontro informal de líderes europeus, Luís Montenegro foi entrevistado pelo novo canal da Medialivre.

Foto
Luís Montenegro, primeiro-ministro ESTELA SILVA / LUSA
Ouça este artigo
00:00
02:37

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O primeiro-ministro não exclui os contributos de nenhum partido para o Orçamento do Estado (OE) do próximo ano. Como líder de um Governo minoritário, Luís Montenegro assumiu que "todas as forças políticas" serão convidadas "para dar o seu contributo para o OE", sem excluir ninguém. Fê-lo em entrevista ao novo canal da Medialivre, o Now, que se estreou na segunda-feira na posição 9 da grelha televisiva.

"Não nos podemos dar ao luxo" de ter instabilidade, acrescentou o primeiro-ministro, lembrando que o seu executivo tomou posse há pouco tempo e tem muito apoio na rua, incluindo de pessoas que não votaram na AD. "Só alguém de má-fé pode exigir (outros) resultados em menos de 60 dias", disse Luís Montenegro, para quem tem sido "um privilégio e uma honra governar".

Além disso, sublinhou ainda, "só há legislativas daqui a quatro anos" e o Governo não tem interesse nenhum em que sejam antecipadas. "As pessoas esquecem-se que tivemos duas eleições em pouco tempo (2022 e 2024)."

Entrevistado em Bruxelas, onde participou na cimeira do PPE e num encontro informal de líderes europeus, o primeiro-ministro português explicou que dois dos maiores desafios que a sua equipa tem pela frente são "o aprofundamento do mercado único" e a "execução dos fundos do PRR". Além disso, reconheceu que a "Europa tem um problema com a guerra, a imigração e o crescimento económico".

Sobre as eleições europeias de dia 9 de Junho, Montenegro voltou a reconhecer que o resultado obtido não era o que a AD procurava, mas ainda assim considerou-o "um bom resultado" quando comparado com muitos outros pela Europa. "A coligação manteve a sua representação numa altura em que, pela primeira vez, os partidos de direita [IL e Chega] elegeram quatro deputados", disse, sem se esquecer de frisar que o PS, embora tenha sido o vencedor "isso não está em causa" — perdeu um lugar no Parlamento Europeu.

No final do encontro de líderes europeus, em declarações aos jornalistas em Bruxelas, Luís Montenegro reiterou "de forma absolutamente inequívoca o apoio de Portugal, do Governo português, da Aliança Democrática" à nomeação de António Costa para o Conselho Europeu e disse que este nome"reúne todas as condições para ser aceite" na cimeira da próxima semana.

"Posso dizê-lo também, no decurso daquilo que já tinha sido uma afirmação que eu tinha feito junto dos meus colegas do Partido Popular Europeu [PPE], que se trata de uma candidatura que reúne todas as condições para ser aceite e consubstanciada com uma decisão final", disse Luís Montenegro, em conferência de imprensa no final da reunião informal do Conselho Europeu.

O jantar informal de líderes da União Europeia terminou sem acordo, numa primeira discussão que será retomada na próxima semana sobre cargos de topo no mandato seguinte que envolve o ex-primeiro-ministro António Costa. Com Lusa

Sugerir correcção
Comentar