Casamento homossexual aprovado pelo Senado da Tailândia

A Tailândia está a um passo de ser o primeiro país do Sudeste Asiático a permitir o casamento homossexual.

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A lei, que agora precisa da aprovação real, entrará em vigor 120 dias após a sua publicação no jornal oficial Reuters/ Chalinee Thirasupa
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O Senado da Tailândia aprovou a Lei do Casamento Igualitário esta terça-feira, abrindo caminho para que o país se torne o primeiro do Sudeste Asiático a reconhecer oficialmente os casais do mesmo sexo.

O projecto de lei, que é o culminar de mais de duas décadas de esforços por parte de activistas LGBTQIA+, foi apoiado pela esmagadora maioria dos deputados da câmara alta.

A lei, que agora precisa da aprovação real, entrará em vigor 120 dias após a sua publicação no Royal Gazette, o que significa que os primeiros casamentos entre pessoas do mesmo sexo poderão ter lugar ainda este ano.

“Hoje celebramos mais um marco significativo na jornada da nossa Lei do Casamento Igualitário”, disse o primeiro-ministro tailandês, Srettha Thavisin, numa publicação no X. Continuaremos a nossa luta pelos direitos sociais de todas as pessoas, independentemente do seu estatuto.

Os defensores da causa LGBTQIA+ consideraram que esta medida foi um passo monumental. A Tailândia será o primeiro país do Sudeste Asiático com legislação que permite o casamento homossexual e o terceiro na Ásia, depois do Nepal e de Taiwan.

Estamos muito orgulhosos por fazer história, disse Plaifah Kyoka Shodladd, membro de uma comissão parlamentar sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Hoje o amor triunfou sobre o preconceito... depois de lutar durante mais de 20 anos, hoje podemos dizer que este país tem igualdade no casamento.

Os legisladores e activistas festejaram no Parlamento tailandês, agitando bandeiras com arco-íris e sorrindo, com alguns a levantar os punhos em solidariedade com a comunidade LGBTQIA+.

Na província de Chiang Mai, no Norte da Tailândia, a activista pelos direitos humanos Matcha Phornin, a sua mulher, Veerawan Wanna, e a sua filha adoptiva estavam coladas ao ecrã de televisão, enquanto assistiam à votação do Senado.

Temos o apoio do Parlamento, dos senadores que aprovaram esta lei. Isso significa que estamos protegidos por lei, disse Matcha, depois de se terem aplaudido e abraçado umas às outras quando o projecto de lei foi aprovado. E ela será legalmente adoptada depois disso, acrescentou, referindo-se à filha.

A Tailândia, um dos destinos turísticos mais populares da Ásia, já é conhecida pela sua cultura vibrante e tolerância LGBTQIA+.

No início de Junho, milhares de activistas (aos quais se juntou o primeiro-ministro, Srettha) desfilaram pelas ruas de Banguecoque para celebrar o mês do orgulho LGBTQIA+.

Isto reforçaria a liderança da Tailândia na região no que toca à promoção dos direitos humanos e da igualdade de género, afirmou a Comissão da Sociedade Civil para a igualdade no casamento, activistas e casais LGBTQIA+ num comunicado.