Bardella, líder da extrema-direita francesa, critica Mbappé por comentários sobre as eleições

Capitão de selecção francesa pediu às pessoas para irem votar e não escolherem partidos extremistas.

Foto
REUTERS/Benoit Tessier Jordan Bardella
Ouça este artigo
00:00
02:00

O líder da extrema-direita francesa, Jordan Bardella, criticou esta terça-feira o futebolista Kylian Mbappé por ter apelado aos jovens para votarem contra os “extremos” nas eleições legislativas deste mês.

Tenho muito respeito pelos nossos futebolistas, sejam eles Marcus Thuram ou Kylian Mbappé, que são ícones do futebol e ícones da juventude... Mas temos de respeitar os franceses, temos de respeitar o voto de todos, disse Bardella à CNews TV.

Quando se tem a sorte de ter um salário muito, muito grande, quando se é multimilionário... fico um pouco envergonhado por ver estes atletas... darem lições a pessoas que já não conseguem fazer face às despesas, que já não se sentem seguras, que não têm a possibilidade de viver em bairros superprotegidos por agentes de segurança, disse.

O capitão da selecção francesa, Mbappé, disse no domingo, durante uma conferência de imprensa na véspera do jogo de abertura da França no Euro 2024, que os extremos estão a bater às portas do poder. O avançado Marcus Thuram já tinha exortado a população a lutar todos os dias para impedir que a União Nacional de Bardella ganhasse as eleições. Mbappé não citou o nome de qualquer partido, mas disse que apoiava os mesmos valores e posições de Thuram.

O apelo ressoou em alguns jovens do antigo bairro de Mbappé, um subúrbio desfavorecido de Paris, mas foi imediatamente criticado pela União Nacional. Bardella falava um dia depois de a França ter vencido o jogo de abertura do Euro 2024, no qual Mbappé sofreu uma fractura no nariz.

O partido eurocéptico e anti-imigração de Bardella tem a sua primeira oportunidade real de conquistar o poder nacional nas eleições de 30 de Junho e 7 de Julho. As sondagens de opinião têm posto consistentemente a União Nacional em primeiro lugar desde a decisão inesperada do Presidente, Emmanuel Macron, este mês, de dissolver o Parlamento, depois da derrota nas eleições europeias.

O presidente da Federação Francesa de Futebol, Philippe Diallo, disse, por seu lado, numa conferência de imprensa, que os jogadores eram livres de expressar a sua opinião e instou os partidos políticos a não utilizarem estes comentários em seu benefício.