Brasil: Lula exige acção mais rápida contra o crime organizado na Amazónia

Presidente do Brasil queixou-se de que o plano de segurança para a Amazónia demorou um ano a arrancar, lembrando que ainda há muito a fazer para criar um centro internacional de polícia em Manaus.

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O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimónia de assinatura para transferência de recursos para o Fundo Amazónia no Palácio do Planalto, em Brasília, Brasil, esta segunda-feira Adriano Machado/REUTERS
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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu nesta segunda-feira que seu governo envide rapidamente esforços na Amazónia para combater o crime organizado que tem contribuído para a destruição da maior floresta tropical do mundo.

Lula queixou-se de que o plano de segurança para a Amazónia, conhecido como AMAS, demorou um ano a arrancar e disse que ainda há muito a fazer para criar um centro internacional de polícia em Manaus.

"Precisamos de acelerar o processo, pois o meu mandato é de apenas quatro anos. Se não conseguirmos executar esse plano, outro virá e não fará nada", disse Lula num evento que formalizou a transferência de 318 milhões de reais (54,6 milhões de euros) para financiar o plano de segurança.

Os recursos são provenientes do Fundo Amazónia, no valor de 1,3 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros), originalmente criado pela Noruega para apoiar a sustentabilidade e deter o desmatamento ilegal na Amazónia.

O fundo, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), tem sido apoiado por doações da Alemanha, Grã-Bretanha, Dinamarca, União Europeia e Estados Unidos. O plano de segurança da Amazónia é o primeiro projecto patrocinado pelo Fundo com o objectivo de combater crimes ambientais na vasta região.

Os oito países da Bacia Amazónica unirão forças no Centro Internacional de Cooperação Policial em Manaus, que planeia reunir informações e coordenar a fiscalização com o uso de helicópteros, barcos de patrulha fluvial e 34 bases a serem estabelecidas em toda a Amazónia. A previsão inicial era de que o centro começasse a funcionar no primeiro semestre deste ano, o que não se verificou.

A floresta tropical tem enfrentado uma destruição sistemática devido à exploração ilegal de madeira e ouro, e as quadrilhas criminosas usam-na como um canal para o tráfico de drogas e o contrabando de animais tropicais.

Uma nota do governo referia que os esforços da Polícia Federal para melhorar o rastreamento do ouro até os garimpos ilegais ajudarão a reprimir um comércio em expansão do metal precioso, que é cada vez mais contrabandeado do Brasil para geografias como a Suíça, a Grã-Bretanha, a Turquia e os Estados Unidos.

O Brasil tem feito progressos na redução da desflorestação da Amazónia desde que Lula se tornou presidente no ano passado, tendo procurado recuperar o papel de liderança nos esforços globais no que toca às alterações climáticas. No primeiro ano de mandato, a desflorestação na Amazónia brasileira diminuiu 50%, atingindo o nível mais baixo dos últimos cinco anos.

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