Montenegro admite “grande confluência” nas posições europeias com PS

O primeiro-ministro disse ainda que “não há nenhum tipo de reserva, nem nenhum tipo de dúvida” sobre o apoio do Governo da AD a uma candidatura de António Costa para a presidência do Conselho Europeu.

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Luís Montenegro à chegada à cimeira do PPE que antecedeu o jantar informal do Conselho Europeu OLIVIER HOSLET / EPA
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O primeiro-ministro refutou nesta segunda-feira as críticas sobre o apoio do Governo a António Costa para a presidência do Conselho Europeu, defendendo que, em matérias europeias, sempre houve uma “grande confluência” entre PSD e PS.

“Os portugueses sabem, em primeiro lugar, que do ponto de vista do processo de construção europeia há uma grande confluência, não uma total confluência, de posições entre o PSD e o PS, tradicionalmente, nesse objectivo e nesse compromisso com a União Europeia [UE]”, disse Luís Montenegro, à entrada para uma reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas.

O primeiro-ministro reiterou que “não há nenhum tipo de reserva, nem nenhum tipo de dúvida” sobre o apoio do Governo da AD a uma candidatura de António Costa para a presidência do Conselho Europeu.

“António Costa tem posições políticas que fazem com que, além de ser português, possamos ter mais confiança nele do que num socialista alemão, ou espanhol, ou maltês, ou dinamarquês, pelo menos daqueles que foram apresentados até agora como potenciais candidatos”, salientou Luís Montenegro.

Face às críticas da IL e do Chega sobre a posição do executivo, o primeiro-ministro disse que a posição do Governo “não é de nacionalidade”.

“Também é, não vamos escondê-lo, mas é naturalmente das garantias que nós pretendemos que o coordenador das reuniões do Conselho Europeu possa ter para nos próximos anos podermos ter pontes entre as várias famílias políticas e Estados-membros”, respondeu.

Acordo de princípio

O primeiro-ministro disse ainda que espera que se chegue hoje a um acordo de princípio sobre as nomeações para cargos de topo da União Europeia no próximo mandato, pedindo que se evite “um impasse”.

“A minha perspectiva é que será possível hoje darmos o primeiro passo e que será possível no Conselho formal — porque este é informal — de 27 e 28 [de Junho] chegarmos a um entendimento final para tomarmos as decisões que temos de tomar no Conselho Europeu e, depois, apresentar as propostas que também têm de ser votadas no Parlamento Europeu”, declarou o chefe de Governo.

“Aquilo que é a minha expectativa é que se a família socialista europeia escolher o doutor António Costa como o candidato a ocupar um elevado cargo, que no caso daquilo que se vai perspectivando e desenhando poderá ser a presidência do Conselho Europeu, se essa candidatura for assumida pela família socialista, estou convencido que ela terá sucesso e, como já tive ocasião de dizer, da parte do Governo português, haverá todo o empenho em poder sustentá-la e apoiá-la”, adiantou.