EUA investigam incidentes na Southwest Airlines, incluindo um desastre evitado por pouco sobre o Pacífico

Os dois novos casos sob investigação envolveram o Boeing 737 Max, modelo de avião envolvido em vários incidentes no passado recente. Num deles, no entanto, as suspeitas vão para a tripulação.

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Autoridades norte-americanas abrirem duas investigações separadas que envolvem aviões da Boeing Benoit Tessier / REUTERS
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As autoridades norte-americanas abriram investigações a dois incidentes recentes envolvendo dois aparelhos Boeing 737 MAX operados pela Southwest Airlines. Se o primeiro incidente coloca a construtora aeronáutica novamente sob escrutínio, o segundo levou a companhia área a sancionar a tripulação e a rever procedimentos.

O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA (NTSB, na sigla inglesa) anunciou na sexta-feira que está a investigar um incidente ocorrido a 25 de Maio. Segundo os relatos da tripulação, um Boeing 737 MAX da Southwest Airlines terá entrado em "dutch roll", nome dado na gíria a uma sequência de oscilações laterais indesejadas e potencialmente perigosas, durante um voo entre Phoenix, no Arizona, e Oakland, na Califórnia.

O organismo refere que os pilotos acabaram por recuperar o controlo do avião e aterrar em segurança, e que nenhum dos 175 passageiros e seis tripulantes a bordo ficou ferido durante o incidente. Numa inspecção subsequente, a Southwest encontrou danos em componentes estruturais do aparelho, disse o NTSB.

A Administração Federal de Aviação (FAA), que afirmou que os danos foram encontrados numa unidade de controlo de energia de reserva, disse que também está a investigar o incidente e a trabalhar “em estreita colaboração com o NTSB e a Boeing”. A Boeing recusou-se a comentar, encaminhando possíveis questões para a Southwest, que disse estar a participar na investigação.

Em Janeiro, a FAA ordenou que quase 200 Boeing 737 Max 9 ficassem em terra depois de uma janela e um pedaço da fuselagem terem caído de um avião daquele modelo operado pela Alaska Airlines. As aeronaves foram autorizadas a voltar a voar depois de passarem por um extenso processo de inspecção e manutenção.

O segundo incidente em investigação ocorreu a 8 de Abril. Num voo da mesma companhia área, outro Boeing 737 Max mergulhou a pique, a grande velocidade, até ficar apenas cerca 120 metros acima do Oceano Pacífico, na costa do Havai.

De acordo com um relatório preliminar da companhia área a que a Reuters teve acesso, o quase desastre ocorreu quando o co-piloto "empurrou inadvertidamente uma coluna de controlo" do aparelho, desencadeando uma rápida descida de 4400 pés por minuto (cerca de 1300 metros). O incidente aconteceu sob mau tempo, quando a tripulação tinha acabado de abortar uma aterragem no aeroporto de Lihue, na ilha de Kauai. Os pilotos não terão ouvido dois avisos sonoros que alertavam para a rápida perda de altitude, acabando no entanto por evitar o desastre.

Segundo a Southwest Airlines, a tripulação foi alvo de acções correctivas e a companhia aérea está a avaliar uma revisão dos seus procedimentos.

“Nada é mais importante para a Southwest do que a segurança”, disse a companhia aérea em comunicado. "Através do nosso robusto sistema de gestão de segurança, o indicente foi abordado de forma adequada, porque nos esforçamos sempre para melhorar continuadamente o nosso desempenho”.

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