Turismo tirou “naturalidade” a Olhão, que perdeu a “alma” da gente do mar

Na viragem para o turismo, eclipsou-se a “alma” das pessoas do mar e a cidade deu a lugar a um sítio igual a tantos outros. O livro de fotografia Quando Éramos só Nós recupera memórias perdidas.

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Uma das fotos do livro "Quando éramos só nós" Luís Torres
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Os iates ancorados na marina ocupam o primeiro plano da ria Formosa. A imagem é de postal ilustrado, mas há outras realidades atrás do biombo da aparência. “O que se vê, aqui em frente [ria Formosa], é dinheiro: turismo, barcos, essas coisas…. “, diz José Argel, que explica que “essas coisas” não fazem parte do seu mundo de pescador. A náutica de recreio é, no entanto, o motor do negócio imobiliário-turístico em franca expansão. Por toda a zona ribeirinha crescem blocos de apartamentos de luxo. As antigas tascas deram lugar a modernos restaurantes e as casas dos pescadores converteram-se em unidades de Alojamento Local (AL).

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