Bertien van Manen (1935-2024), fotografar a vida como ela é

Um livro mudou-lhe a vida e determinou a forma e o conteúdo da sua fotografia. Pioneira no uso de câmaras baratas para trabalhos profundos, Bertien van Manen quis tão só mostrar-nos a vida a acontecer

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Bertien van Manen estudou Francês e Literatura, mas foi a fotografia que a arrebatou Bertien van Manen Foundation
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É muito comum encontrar o momento-epifania de um fotógrafo ligado à câmara que herdou de alguém, de uma tia solteira, de um irmão mais velho, de um vizinho extrovertido; ou que alguém lhe deu no Natal ou no aniversário, prenda de um pai, uma mãe, dos avôs. É mais raro saber de alguém cuja vida fotográfica mudou radicalmente por causa de um livro de fotografia. Um destes casos de deslumbramento foto-gráfico à primeira vista foi o de Bertien van Manen. A artista neerlandesa já estava ligada à fotografia de moda e de publicidade, mas assim que, em 1975, em Amesterdão, um amigo lhe mostrou The Americans (Delpire, 1958), de Robert Frank, “tudo mudou”. A partir daí, Van Manen abandonou o “vazio” e a “chatice” que representava a fotografia de moda de então no seu país e lançou-se na fotografia documental com uma aproximação pioneira: para ela não bastava passar, disparar e andar; era preciso estudar, conhecer, misturar-se, ficar por tempo indeterminado e voltar – muitas vezes.

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