Suécia e Irão trocam prisioneiros

A troca foi mediada por Omã. Conselho Nacional de Resistência do Irão disse que Suécia cedeu à chantagem e às tácticas de tomada de reféns.

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Hamid Noury (à esquerda na ilustração) foi julgado em Novembro de 2021 TT NEWS AGENCY / VIA REUTERS
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A Suécia e o Irão realizaram uma troca de prisioneiros neste sábado, tendo a Suécia libertado um antigo funcionário iraniano condenado pelo seu papel numa execução em massa na década de 1980, enquanto o Irão libertou dois suecos que se encontravam detidos no país.

A troca de prisioneiros foi mediada por Omã, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país em comunicado. "Os esforços de Omã permitiram que as duas partes chegassem a um acordo sobre a libertação mútua, uma vez que os libertados foram transferidos de Teerão e de Estocolmo", acrescentou.

A Suécia libertou o ex-funcionário iraniano Hamid Noury, afirmou o responsável máximo dos direitos humanos do Irão, na rede social X. Noury, que foi condenado pela sua participação numa execução em massa de presos políticos no Irão em 1988, estará de volta ao Irão dentro de algumas horas, acrescentou o responsável.

Por outro lado, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, declarou que os cidadãos suecos Johan Floderus e Saeed Azizi, detidos no Irão, estavam de regresso à Suécia.

"O Irão utilizou os dois como peões num jogo cínico de negociações com o objectivo de libertar o cidadão iraniano Hamid Noury da prisão na Suécia. Ele foi condenado por crimes graves cometidos no Irão na década de 1980", afirmou Kristersson. "Como primeiro-ministro, tenho uma responsabilidade especial pela segurança dos cidadãos suecos. Por conseguinte, o Governo trabalhou intensamente sobre esta questão, juntamente com os serviços de segurança suecos que negociaram com o Irão."

Kristersson confirmou, num vídeo divulgado pelo Governo, que Noury estava agora a ser transportado de volta para o Irão. Kristersson recusou-se a dar mais pormenores sobre as considerações, alegando preocupações de segurança.

Noury, de 63 anos, foi detido num aeroporto de Estocolmo em 2019 e posteriormente condenado a prisão perpétua por crimes de guerra pela execução em massa e tortura de prisioneiros políticos na prisão de Gohardasht em Karaj, no Irão, em 1988. Ele negou as acusações.

O Conselho Nacional de Resistência do Irão, uma coligação de grupos que se opõem ao Governo da República Islâmica do Irão, disse que parecia que a Suécia tinha cedido à chantagem e às tácticas de tomada de reféns, numa atitude que encorajaria Teerão.

Floderus, um funcionário da União Europeia, foi detido no Irão em 2022 e acusado de espionagem a favor de Israel e de "corrupção", um crime passível de pena de morte. O cidadão sueco-iraniano com dupla nacionalidade Saeed Azizi foi detido no Irão em Novembro de 2023, com base no que a Suécia designou por "motivos injustos".

Outro cidadão sueco-iraniano com dupla nacionalidade, Ahmadreza Djalali, detido em 2016, continua numa prisão iraniana. Médico de urgência, Djalali foi detido em 2016 durante uma visita académica ao Irão.


Autores: Niklas Pollard e Johan Ahlander