Orçamento do Benfica aprovado por margem curta. Rui Costa rejeita “crise de liderança”

Assembleia-geral extraordinária e ordinária marcadas por forte afluência e críticas à direcção de Rui Costa. João Noronha Lopes, antigo candidato à presidência do Benfica, foi ovacionado pelos sócios.

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Rui Costa discursou aos associados presentes na assembleia-geral ordinária do Benfica MIGUEL A. LOPES / LUSA / IMAGEM DE ARQUIVO
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O orçamento do Benfica para 2024/25 foi aprovado este sábado, em assembleia-geral, por uma curta margem de votos: 47,61% a favor e 43,20% contra, com 9,19% de abstenção.

A reunião magna dos benfiquistas decorreu no Estádio da Luz, ao invés do Pavilhão n.º2 do complexo "encarnado", como estava previsto, devido a uma grande afluência de sócios que motivou ainda um atraso de quase duas horas no arranque dos trabalhos, cerca das 12h15.

A assembleia ficou marcada também por críticas à direcção de Rui Costa. Ainda do lado de fora do Estádio da Luz foram audíveis vários assobios e alguns pedidos de demissão.

“Podemos discutir política desportiva, podemos criticar e debater a estratégia do clube e discutir a minha liderança, mas não posso admitir que coloquem em causa o carácter e a seriedade de quem aqui está”, respondeu Rui Costa, que alegou ter feito questão de que os sócios discutissem os estatutos e acedessem à auditoria antes desta reunião magna, “num sentido democrático e com a transparência que o Benfica exige”.

Em relação ao orçamento posteriormente aprovado, Rui Costa considerou-o “ambicioso” e a privilegiar a vertente desportiva, embora de uma maneira equilibrada.

“É um orçamento ambicioso, que mais uma vez privilegia a vertente desportiva e que pretende apetrechar as nossas equipas das melhores condições para ganharem. Ainda assim, este trata-se de um orçamento equilibrado e responsável, que reforça a robusta situação económica e financeira que nós soubemos construir. É também um reflexo da estratégia que seguimos e que queremos para o futuro do nosso Benfica. Queremos um Benfica cada vez mais vitorioso”, explicou o líder das "águias", no cargo desde 2021.

Rui Costa rejeitou ainda a ideia de uma "crise de liderança". “Não há vazios ou ausência de decisão. Assumimos as nossas responsabilidades e temos um projecto para o futuro deste clube. Não viro as costas, nem fujo às minhas obrigações. Eu respondo por mim e pela minha equipa, mesmo por aqueles que decidiram sair. Nós vamos voltar a vencer no futebol e continuar a vencer nas modalidades. O Benfica vai permanecer como o clube mais vencedor em Portugal, como tem sido nas duas últimas épocas”, salientou o presidente do Benfica.

“Mais uma vez, o dobro dos nossos adversários em conjunto e, afinal, parece que, no Benfica, tudo está mal e tudo precisamos de mudar. Exigência e ambição, sim. Mas não nos podemos autodestruir. Temos também de saber valorizar o que ganhámos. Já chegam todos os que nos querem abater pela grandeza e por ser quem somos”, disse.

Entre os adeptos presentes na assembleia-geral, destaque para João Noronha Lopes, ex-candidato à presidência dos "encarnados", que foi muito ovacionado quando entrou no pavilhão. "Como é que dezenas de jogadores entraram e saíram sem deixar qualquer rasto desportivo?", questionou o empresário.

"A contar comigo, quem lesou o Benfica pagará por isso", respondeu Rui Costa.