Sindicato diz que greve na empresa de resíduos Valorsul está a ter “adesão elevada”
A greve foi convocada para reivindicar melhorias salariais e a redução do horário de trabalho.
A greve dos trabalhadores da Valorsul, empresa responsável pelos resíduos da região de Lisboa e Oeste, que começou às 00h00 desta sexta-feira, está a ter uma adesão elevada, com várias infra-estruturas afectadas, segundo fonte sindical.
A greve convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas (SITE-CSRA), começou às 00h00 desta sexta e termina às 08h00 de sábado e foi convocada para reivindicar melhorias salariais e a redução do horário de trabalho.
Em declarações à agência Lusa, Mário Matos, da comissão sindical, indicou que a greve está a ter uma "adesão elevada", o que "mostra bem o descontentamento dos trabalhadores".
"Estão paradas a incineradora [Loures], o centro de triagem no Lumiar [Lisboa] assim como o Aterro Sanitário de Mato da Cruz [Vila Franca de Xira]. No Oeste ainda não temos dados", disse Mário Matos.
O sindicalista disse ainda que não houve qualquer feedback da empresa, que diz que só depois da greve se vai sentar à mesa com os trabalhadores.
A Lusa contactou com a Valorsul, que remeteu uma posição quanto à greve de hoje para mais tarde uma vez que está a reunir informação da adesão.
Os motivos para a convocação da greve são "aumento dos salários e restantes matérias de expressão pecuniária", reenquadramento salarial dos técnicos de sistemas de exploração, redução do horário semanal para as 35 horas e aumento dos dias de férias para os trabalhadores em horário geral.
A aplicação integral do acordo de empresa, a revisão de regras de progressão salarial, melhores condições de segurança e saúde no trabalho e o "fim do recurso a prestadores de serviço para funções com carácter permanente" também constam do caderno reivindicativo.
Numa nota, a comissão sindical considerou que, após a falta de comparência da empresa na mesa das negociações com o argumento de não negociar "sob um pré-aviso de greve", ficou "bastante claro para os trabalhadores que foi a sua força e a sua determinação que conduziu a gestão da Valorsul a encontrar uma solução em 2023".
Os sindicalistas acusam também a administração de fazer depender a redução horária semanal da redução de direitos consagrados no acordo de empresa e da alteração estrutural dos horários, fazendo "com que alguns trabalhadores, apesar da redução para as 35 horas semanais, passem mais tempo dentro da empresa".
A comissão sindical apontou ainda que a comissão-executiva da Valorsul continua a afirmar que está disponível para o diálogo, mas nas negociações alega não ter mandato para negociar as matérias pecuniárias, entre outras.
Os trabalhadores da Valorsul estiveram em greve entre 22 e 26 de Maio para reivindicar melhorias salariais e a redução do horário de trabalho, numa paralisação que, consoante o dia, afectou estores e infra-estruturas diferentes.
A Valorsul, com cerca de 450 trabalhadores, é a empresa responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos recicláveis e resíduos sólidos urbanos produzidos em 19 concelhos das regiões de Lisboa e Oeste.