Cobweb - A Teia: o realizador no seu labirinto

O sul-coreano Kim Jee-woon regressa ao nosso convívio com um brilhante exercício formal mas que não passa disso. É um exercício.

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Gótico, sátira, melodrama, farsa, policial, ensaio. Há de tudo um pouco em Cobweb, como sempre houve no cinema de Kim
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Kim Jee-woon formou, com Bong Joon-ho e Park Chan-wook, o “trio” de cineastas “pontas-de-lança” que abriu as portas do ocidente ao novo cinema popular sul-coreano nos alvores do século XXI. E, dos três, foi aquele que “ficou para trás” em termos internacionais: há quase dez anos, desde A Idade das Sombras (2016), que não tínhamos notícias dele. Cobweb promete, até certo ponto, um regresso aos tempos de Doce Tortura ou Eu Vi o Diabo — uma demonstração virtuosa dos talentos narrativos e visuais de Kim, alternando entre preto e branco e cor em vários grãos de filme, numa espécie de “meta-narrativa” onde verdade e ficção se alimentam e contaminam mutuamente, acompanhando a tentativa desesperada de um realizador tornar o seu mais recente dramalhão popular na obra-prima que procura desde sempre.

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