Quase 5000 cirurgias oncológicas que estavam à espera agendadas até 30 de Abril

Ministra reconheceu que nem todos os 9000 doentes oncológicos que estão a aguardar cirurgia ultrapassaram os tempos máximos de resposta garantidos.

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Governo pediu a hospitais que agendassem até 14 de Junho, "até ao limite da capacidade", todos os doentes da sua lista de espera Matilde Fieschi
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O Serviço Nacional de Saúde agendou até 30 Abril quase 5000 cirurgias oncológicas que estavam em lista de espera, mais de 1300 das quais já tinham ultrapassado os tempos máximos recomendados, anunciou a ministra da Saúde nesta quarta-feira. A ministra da Saúde reconheceu ainda que nem todos os mais de 9000 doentes oncológicos que o Governo apresentou como estando a aguardar cirurgia fora dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos (TMRG) estavam efectivamente para além deste tempo.

Confrontada no parlamento pela deputada socialista Mariana Vieira da Silva sobre os mais de 9000 doentes que o Governo, aquando da apresentação do Plano de Emergência da Saúde, disse estarem a aguardar cirurgia fora dos TMRG, a ministra afirmou: “Os mais de 9000 são doentes oncológicos que, a partir do momento em que o são, todas as patologias que requerem proposta cirúrgica são prioritárias”.

A ministra falava na comissão parlamentar de Saúde, onde foi confrontada com estes números, tendo a deputada socialista Mariana Vieira da Silva lembrado que, em Março, 25% dos mais de 9000 doentes oncológicos que aguardavam cirurgia estava além dos tempos recomendados, o que equivalia a cerca de 2300 pessoas.

Confrontada com estes números, Ana Paula Martins disse: “Todos os doentes oncológicos devem ter prioridade em relação a outros não oncológicos, de acordo com o que é sempre a classificação médica”.

Ana Paula Martins disse também que os doentes oncológicos têm efectivamente prioridadee revelou que, desde Abril, foram realizadas 7897 cirurgias da lista de espera de oncologia (dentro e fora dos tempos recomendados).

Já quanto aos doentes oncológicos que aguardavam cirurgia já fora do Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG), a ministra disse que desde 18 de Maio foram realizadas 2306 cirurgias.

A prioridade no futuro não é resolver estas listas e passar a ter outras, afirmou Ana Paula Martins, explicando que os incentivos para estas cirurgias servem exactamente para deixar de ter doentes oncológicos em listas de espera para cirurgias.

Segundo disse, até 30 de Abril foram agendadas 4959 cirurgias oncológicas, das quais 1364 já estavam acima do TMRG.

A governante confirmou o envio de um e-mail às unidades de saúde para que agendassem até 14 de Junho, até ao limite da capacidade, todos os doentes da sua lista de espera que estivessem acima dos TMRG para que sejam operados até 31 de Agosto, tendo reforçado o pagamento às equipas.

A unidade de gestão acesso contactou todas as unidades para reforçar a necessidade de fazer todos os agendamentos. Os doentes não agendados serão considerados transferíveis e o processo de transferência inicia-se a 17 Junho. Se o hospital não consegue responder, terá de ser um hospital na área de residência preferencialmente, explicou.