A chinesa Xpeng estreia-se em Portugal com novo G6: é um SUV eléctrico de carregamento ultra-rápido

A marca chinesa, que nasceu sob a premissa de que a base da mobilidade é a tecnologia — e que até já fez um carro voador —, chega neste Verão com um SUV eléctrico a estrear.

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Xpeng G6 2024 dr
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A Xpeng tem apenas uma década de existência, mas já agitou as águas, sobretudo depois de ter apresentado um “carro voador”, que considera ser o verdadeiro futuro da mobilidade individual, para zonas de difícil acesso. E, depois de um teste bem-sucedido no Dubai (com um protótipo) e da apresentação no CES de Las Vegas, já obteve a autorização necessária para iniciar o processo de certificação de aeronavegabilidade na China.

Factos que pouco dizem ao mercado português, mas que permitem aferir a ambição da “startup chinesa centrada na tecnologia”, que, depois de se ter estreado há três anos na Europa (na Noruega) e se ter expandido para a Dinamarca, Países Baixos e Suécia, avança este ano para Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Grécia, Irlanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Portugal e Reino Unido. Por cá, a estreia está prevista ainda para este mês, via Salvador Caetano, com a abertura de encomendas para o novo SUV G6, com as primeiras entregas previstas para Setembro. Por essa altura, o portefólio da marca em terras lusas já deverá contar com a berlina P7 e o grande SUV G9.

O G6 é um SUV coupé com 4753mm de comprimento, proposto com carregamento ultra-rápido e “totalmente equipado de série para a dinâmica familiar moderna”. Com um design que a marca clama ter sido inspirado na ficção científica (a frente, explicam, pretende imitar a face de um robô), apresenta portas sem moldura e puxadores ocultos, detalhes a privilegiarem a aerodinâmica, para uma melhoria da eficiência. Com um coeficiente de arrasto de 0,248, o G6 tem uma grelha frontal activa, que abre ou fecha consoante a necessidade, e um tejadilho panorâmico, capaz de isolar o calor e os raios UV, que se estende até à porta da mala, tornando desnecessário o óculo traseiro.

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A mala arruma 571 litros, valor que pode crescer até aos 1374 litros com a segunda fila de bancos rebatida, e o acesso é sempre eléctrico. No habitáculo, a maioria dos materiais é de boa qualidade e suave ao toque, destacando-se o facto de tudo parecer bem montado. Também os bancos proporcionam um bom apoio e é fácil de encontrar a posição de condução graças aos ajustes eléctricos em várias direcções.

No interior, a digitalização dá cartas, com um ecrã central de 14,96’’ onde se gere praticamente tudo: da climatização à regulação dos espelhos exteriores (requer alguma prática e, da nossa experiência, é melhor fazê-lo com o veículo parado). O sistema é intuitivo e responde rapidamente.

O condutor tem direito a um painel de instrumentação de 10,2’’, cuja existência futura tem sido posta em causa, muito à conta das opções de marcas como a Tesla ou a Volvo (com o EX30), mas que se recebe de bom grado. O ecrã, além da velocidade ou da autonomia que resta na bateria, exibe ainda tudo o que se passa à nossa volta, mostrando-nos automóveis, bicicletas e peões, o que pode ser uma mais-valia em termos de segurança, capítulo no qual pretende obter as cinco estrelas Euro NCAP (o modelo ainda não foi avaliado, mas os irmãos P7 e G9 conseguiram, em 2023, o máximo de estrelas). Para tal, inclui 29 sensores, que dão vida aos sistemas Xpilot Driving, Parking e Safety e que consistem em cinco radares de alta definição, 12 radares ultra-sónicos e 12 câmaras. Além disso, sublinham, “foi feito um esforço para proteger a bateria, com camadas anticolisão”.

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O G6 assenta na plataforma SEPA (Smart Elecric Platform Architecture) 2.0 Fuyao, com bateria integrada, que se apresenta fácil de actualizar remotamente, explicam. Com arquitectura de 800V e bomba de calor, o automóvel aceita cargas até 280 kW, o que significa que repõe energia até aos 80% em 20 minutos (no caso da bateria de 87,5 kWh); em corrente alternada, é possível fazer carregamentos até 11 kW.

O SUV chega com três variantes e duas baterias. O G6 RWD Standard, com bateria LFP (sem cobalto) de 66 kWh, tem tracção traseira e potência de 190 kW/258cv, apoiado por um binário de 400 Nm, acelerando de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos. Esta variante reclama a capacidade de percorrer cerca de 435 quilómetros com uma única carga. Segue-se o Long Range RWD, com bateria NCM de 87,5 kWh, o que lhe permite maior autonomia: em torno de 570 quilómetros. Embora mantenha um só motor, apresenta maior potência (210 kW/286cv e 440 Nm), o que lhe permite maior rapidez na aceleração: 6,7s.

Por fim, o AWD Performance junta mais um motor eléctrico à frente, fazendo crescer a potência para os 350 kW/476cv, com um binário máximo de 660 Nm, cumprindo a aceleração em 4,1 segundos. Neste caso, a autonomia, diz a marca, é de 550 quilómetros, mas, assevera, não haverá problemas em travar: vai de 100 km/h a zero em 33,4 metros.

Para já, ainda não há preços comunicados para o mercado nacional, mas, como referência, nos Países Baixos, onde conduzimos o G6, o modelo é proposto desde 42.990€, abaixo do preço do Tesla Model Y.

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